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Face Oculta: defesa de José Penedos opõe-se a visita do arguido

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Ministério Público requereu deslocação à Central do Alto Mira, na Amadora, de vários arguidos e testemunhas no processo

A defesa de José Penedos no processo «Face Oculta» considerou, nesta terça-feira, «inútil» a participação do arguido numa visita à Central de Alto Mira, na Amadora, opondo-se à diligência que foi requerida pelo Ministério Público (MP).

«A requerida presença de José Penedos, além de inútil, é gratuita e desadequada e só vemos que possa ter eventuais efeitos extra-processuais e não processuais», argumentou o advogado Rui Patrício, que defende José Penedos, durante a 94ª sessão do julgamento que está a decorrer no tribunal de Aveiro.

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O causídico, citado pela Lusa, afirmou que se opõe à presença do seu cliente na referida visita, argumentando que o ex-presidente da REN - Redes Energéticas Nacionais «não teve qualquer intervenção nos factos constantes da acusação relativos à Central de Alto Mira e não tem qualquer conhecimento que pudesse assumir relevância para os alegados efeitos pretendidos com a realização da diligência promovida pelo MP».

Na sessão do passado dia 18, o MP requereu a realização de uma visita à Central de Alto Mira, da REN, com a presença de vários arguidos e testemunhas, entre as quais José Penedos.

O juiz-presidente Raul Cordeiro remeteu uma decisão ao requerimento apresentado pelo MP para a próxima sexta-feira.

A Central de Alto Mira foi desmantelada pela O2, de Manuel Godinho - o principal arguido no processo -, tendo havido divergências entre o sucateiro e a REN relativamente à quantidade de resíduos retirados do local.

Na sessão de hoje, o coletivo de juízes ouviu mais três testemunhas de acusação, entre as quais Nuno Alves, presidente do conselho de administração da EDP Imobiliária, que deu conta de várias «incongruências» com o processo relacionado com os trabalhos de demolição e remoção de resíduos nas instalações da elétrica, sitas na Rua do Ouro, no Porto.

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O processo foi conduzido por Paiva Nunes, ex-administrador da EDP Imobiliária e coarguido no caso, que terá favorecido o sucateiro Manuel Godinho em concursos realizados pela empresa.

«Havia muita trapalhada nesta proposta que foi feita. Não tinha havido concurso. Ninguém conhecia as empresas concorrentes. Ficamos todos perplexos», afirmou o presidente da EDP Imobiliária.

Sobre a reunião do conselho de administração onde foi discutida a referida proposta, Nuno Alves disse que se tratou de uma reunião «anormal», adiantando que o engenheiro Paiva Nunes «estava tenso e nervoso».

O presidente da EDP Imobiliária adiantou ainda que o contrato que veio a ser assinado com a O2 não devia englobar a terceira fase da empreitada, porque esses trabalhos não foram aprovados pelo conselho de administração.

O processo «Face Oculta» está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e privadas.

Entre os arguidos estão personalidades como Armando Vara, ex-administrador do BCP, e José Penedos, ex-presidente da REN, e o seu filho Paulo Penedos.

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