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Medicamentos: unidose sem adesão

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«Nenhuma farmácia mostrou interesse em aderir à dispensa unitária de medicamentos», revela a Infarmed

Nenhuma farmácia hospitalar ou de oficina aderiu até esta terça-feira à venda de medicamentos em unidose, avança a Lusa. Segundo a informação da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), ainda não foi pedida nem concedida neunhuma autorização nesse sentido.

«Até ao presente momento não foi concedida nenhuma autorização», revela a Infarmed, acrescentando que, até agora, «nenhuma farmácia mostrou interesse em aderir à dispensa unitária de medicamentos».

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«Falta muita coisa por regulamentar»

Segundo a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, para que a venda da unidose nas farmácias passe da teoria à prática ainda «falta muita coisa por regulamentar».

«A Ordem não é a favor ou contra, mas considera que para que tal aconteça têm primeiro que ser garantidos requisitos como o controlo da qualidade, a eficácia deste tipo de dispensa e a verificação da embalagem para não haver enganos», afirmou Elisabete Faria.

A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos alertou ainda que este tipo de venda «aumenta o risco de contrafacção associado à manipulação de medicamentos», visto que, por causa da forma de distribuição e do reacondicionamento do medicamento», este «deixa o circuito fechado das farmácias e dos grossistas e passar a ser feito por outros agentes».

«Riscos de contrafacção»

Por seu lado, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), encontra-se igualmente preocupada com os eventuais «riscos de contrafacção», realçando que a indústria farmacêutica «só poderá garantir a qualidade dos medicamentos que chegam ao doente numa embalagem inviolada, não podendo responsabilizar-se pelos que venham a ser manipulados num processo de reacondicionamento dos fármacos».

Sobre o facto de ainda nenhuma farmácia ter aderido à unidose, a Apifarma refere que «a implementação deste projecto-piloto cabe exclusivamente às farmácias», sendo que só estas é que «poderão apresentar as razões».

Elisabete Faria revela que «isto faz parte da estratégia da Associação Nacional de Farmácias, com a qual a Ordem e a grande maioria das farmácias não concorda», lembrando que a venda de medicamentos em dose individual está a ser abandonada nos países onde chegou a ter utilização, como em Espanha, onde a medida foi chumbada após um período experimental.

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