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Zimbabué: Igreja pede AMI em todo o país

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Missão portuguesa está prestes a partir. Para já, por seis meses e apenas numa povoação. Cenário neste país africano é desolador. Veja e leia entrevista com Fernando Nobre

A Assistência Médica Internacional (AMI) vai enviar muito em breve uma missão para o Zimbabué. Em vésperas da partida para um país que vive uma tragédia sem dimensões, o presidente desta organização, Fernando Nobre, traça, em enttrevista ao IOL e ao PortugalDiário, o cenário do país que a equipa médica vai encontrar, do novo pedido já feito pelo Igreja Católica no Zimbabué e das próximas missões da AMI.

Veja aqui, em vídeo, a entrevista de Fernando Nobre

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A equipa médica portuguesa está pronta para partir, as dez toneladas de medicamentos também. Falta apenas a autorização formal do Ministério da Saúde do Zimbabué. «Está tudo apalavrado, mas é um país com um a burocracia tremenda», justifica Fernando Nobre. Para já a equipa vai ficar seis meses no terreno, mais propriamente na Diocese de Gokwe, uma povoação com 600 mil pessoas situada a 300 quilómetros de Harare, perto da fronteira com a Zâmbia. A missão é financiada a 50 por cento pelo Governo português e outro tanto pela AMI.

Um café pode custar 10 trilhões de dólares zimbabueanos

O presidente da AMI já esteve no País e naquela povoação a fazer o reconhecimento e a tratar das autorizações e traça um cenário desolador do Zimbabué: «É um país que vive uma crise tremenda desde o ano 2000, desde que se decidiu fazer a redistribuição das terras. Foi uma reforma agrária completamente falhada e daí resultou o descalabro. Para se ter a noção da inflação, que é superior a 300 milhões por cento, um café pode custar 10 trilhões de dólares zimbabueanos».

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O Zimbabué tem uma superfície equivalente a cinco vezes a superfície de Portugal, mas tem apenas 12 milhões de pessoas, sendo que cinco milhões são ajudadas pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas. Para além da fome e da desnutrição, da gravíssima situação económica e da desestruturação política, o país debate-se com uma epidemia de cólera que já causou mais de três mil mortos e infectou mais de 40 mil e com uma grande propagação do vírus da sida, que atinge 15 por cento da população do país entre os 15 e os 45 anos. Apesar de tudo, conta Fernando Nobre, «é um povo extremamente educado, pacífico, senão já estariam em guerra civil».

Igreja pede missões da AMI em todo o país

O presidente da AMI reconhece o excelente relacionamento com a Igreja Católica no Zimbabué (as únicas instituições de solidariedade que funcionam estáo ligadas à Igreja) e conta ao IOL/PortugalDiário que já lhe pediram para a AMI alargar a sua actuação em todo o País. «Estamos abertos a isso, mas precisamos da autorização do Governo do Zimbabué. A AMI está disponível e, da parte do Governo português, há uma vontade de intervenção», diz Fernando Nobre.

Com uma missão prestes a partir para o Zimbabué, o presidente da AMI está já a pensar noutra e, para já, os planos passam por uma ajuda medicamentosa à Libéria. Mas Fernando Nobre considera que o «grande desafio da medicina humanitária nos próximos tempos passa pelas alterações climáticas e as suas consequências». Para 2009, explica estão previstos muitos furacões e ciclones e a zona da América Central vai ser particularmente afectado. Por isso mesmo, «vams estar particularmente atentos à Guatemala e à Nicarágua», dois países já muito fragilizados.

Veja aqui, em vídeo, a entrevista de Fernando Nobre

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