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Ciganos portugueses preocupados com medidas do governo francês

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A União Romani Portuguesa, que representa a comunidade cigana em Portugal, afirmou esta segunda-feira estar «perplexa» e «altamente preocupada» com as medidas anunciadas pelo Governo francês de Nicolas Sarkozy visando a comunidade naquele país, noticia a Lusa.

A organização diz, numa nota enviada à agência Lusa, que os seus membros estão «perplexos pela forma como o Governo francês procura resolver uma questão de ausência de políticas direccionadas à educação, saúde, habitação, justiça, aspectos sociais (...) com a forma mais fácil da sua resolução que é centrar-se na "expulsão" de uma comunidade».

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O ministro do Interior francês, Brice Hortefeux, anunciou na semana passada um conjunto de medidas contra a violência entre a comunidade cigana, depois dos incidentes de 16 de Julho em que um grupo de 50 pessoas atacou a esquadra de Saint Aignan, no centro de França, em protesto contra a morte de um jovem às mãos da polícia.

As medidas incluem o desmantelamento nos próximos três meses de 300 dos 600 acampamentos ilegais que existem actualmente em todo o país e a possibilidade de expulsar os ciganos ¿ alguns de nacionalidade comunitária ¿ que cometam delitos contra «a ordem pública».

«O Governo francês torna letra morta a carta europeia assinada em Paris em 1991 a qual consagrava direitos às minorias e principalmente à comunidade cigana», defendeu a União Romani Portuguesa, salientando que a comunidade em França integra «entre 15 e 20 mil pessoas enquanto famílias francesas e cerca de 400 mil enquanto nómadas».

Na mesma declaração, a organização afirmou estar «altamente preocupada» com a situação, que classifica como «um ataque» do Governo francês, mas também «pelo desresponsabilizar da Comissão Europeia» face uma realidade «que se vislumbra num novo episódio de ódio a recordar-nos os tristes tempos hitlerianos».

«Uma eventual não tomada de posição por instâncias internacionais perante este descalabro, poderá conduzir inevitavelmente à propagação destes actos por outros países da Europa e colocar na ordem do dia enormes conflitos sociais que de todo poderão ser evitáveis», referiu a organização.

A União Romani Portuguesa manifestou ainda a sua solidariedade com a comunidade cigana residente em território francês, concluindo que irá seguir «com a maior atenção o desenrolar dos acontecimentos» e tentar encontrar, em conjunto com outras organizações internacionais, formas para evitar o avanço das medidas do Governo francês.

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