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Histórias do último cigarro

Decidiram deixar o cigarro sem medicamentos ou terapias. Uns optaram por reduções a longo prazo, outros deitaram fora o tabaco de uma vez. Saiba como é possível controlar a vontade de fumar, conheça as estratégias e as histórias de quem superou o vício só com a força de vontade «Não fumo mais: casos de sucesso»

Alexandra fuma há 22 anos. Ou melhor, hoje pode pôr o verbo no passado. Deixou de fumar, sem medicamentos, pensos ou pastilhas. «Mentalizei-me que tinha deixar de fumar. Tenho 40 anos, sou mulher, tomo a pílula, e fumar aumenta o risco de cancro de mama e de pulmão». São motivos suficientes para deixar de puxar do cigarro, mas o «clique» chegou com a notícia do marido de uma colega que, com poucos mais anos do que Alexandra, foi apanhado pelo cancro do pulmão.

«Fumava um maço por dia e não tinha perspectivas de deixar de fumar. Sentia que estava agarrada e que tinha de fazer alguma coisa. A notícia de uma pessoa que conhecia, mais ou menos com a minha idade, estar a morrer com um cancro, deixou-me decidida a deixar de fumar».

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O processo, claro, não foi fácil. «Tenho vontade de fumar, e quando é assim como um rebuçado, uma bolacha, bebo água. Claro que já engordei uns quilinhos... mas a explicação é simples: tudo sabe melhor», diz com o sorriso de quem deixou para trás um «prazer» que poderia ser mortal.

Controlar e progressivamente deixar de fumar

Reparou que fumava muito e começou a reduzir. «Há três anos fumava mais de um maço por dia. Como sou asmático, devia ter juízo e cuidado com a saúde, por isso fui fazendo uma redução progressiva». Com este plano a longo prazo, há cerca de seis meses, estava a fumar cinco cigarros. Mas quando fumava mais, sentia-se mal. «Comecei a fazer natação e reparava que, quando ultrapassava este limite auto-imposto, sentia-me mal fisicamente». David percebeu então que tinha de deixar de fumar.

Já não fumava em casa, nem de manhã a seguir ao pequeno-almoço, nem aos fins-de-semana. «Fumava quando saia à noite» e quando o trabalho convidava ao cigarro para relaxar.

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Decidiu então que deixaria de fumar quando fosse de férias. «Tinha três semanas seguidas. Na véspera de ir de férias, deitei todos os cigarros fora, e fumei o meu último cigarro, em Agosto deste ano». Até hoje.

«Simplesmente resultou. Durante as férias não me custou e nos três meses seguintes consegui resistir àquele ímpeto mais básico». Com uma profissão de desgaste, David reparava que lhe apetecia fumar naqueles momentos mais complicados, em que os níveis de stress sobem num ápice. «Quando me enfurecia a primeira reacção era querer um cigarro. Mas controlando esse desejo durante duas ou três semanas, percebi que era fácil ter controlo sobre a nossa vontade». E, sem grande sacrifício, deixar de fumar.

«Pai, podias deixar de fumar»

António, agora com 59 anos, recorda que perto dos 40 deixou de fumar porque a filha lhe pediu. Tinha quatro anos, e o pedido foi aceite foi hesitar. «Era uma criança quando me apontou o dedo: «Não devias fumar, papá. Isso faz mal. E a nós também».

Foi remédio santo. O pedido da filha foi aceite até hoje. Quando vinte anos depois da filha, com apenas quatro anos, ter pedido para que olhasse pela sua saúde, António cumpre a promessa. «Sem comprimidos, pastilhas, pensos, sem nada. Nunca mais fumei, nem sequer fiquei em stress. Decidi que não fumava e não fumei mais».

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