O responsável técnico por quatro equipamentos desportivos da Câmara de Coimbra, que a semana passada cumpriu uma greve de fome de 30 horas em defesa de condições para um melhor desempenho, foi esta quinta-feira transferido de local de trabalho, escreve a Lusa.
Fernando Ventura, que segunda-feira fora substituído pelo seu adjunto no cargo de responsável pela Unidade de Gestão Técnica de três piscinas e um pavilhão mutiusos, foi notificado pelo vereador do Desporto de que deveria entregar todas as chaves, apresentar-se no Departamento de Ambiente e Qualidade de Vida e aguardar um inquérito pela autarquia.
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Em declarações à agência Lusa, Luís Providência, vereador no executivo camarário com o pelouro do desporto, limitou-se a referir que o processo referente ao antigo responsável foi remetido por si para os departamentos jurídicos e de recursos humanos.
«Neste momento apenas me limito a aguardar com serenidade os resultados», afirmou Fernando Ventura, engenheiro mecânico, que desempenhava o cargo de responsável técnico desde 13 de Junho de 2005, em resultado de um contrato aprovado em reunião do executivo camarário para gerir aqueles novos equipamentos.
Coimbra: funcionário em greve de fome
Técnico da Câmara termina greve de fome
O responsável técnico iniciara na sexta-feira passada um greve de fome junto às piscinas e pavilhão multiusos da Solum, que interrompeu ao final da noite de sábado, por entender que seria um meio excessivo, e ter já indícios de movimentações externas sobre a sua equipa de trabalho, e que esta estaria a desmobilizar de uma causa colectiva que ele protagonizava.
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No sábado, em declarações à agência Lusa, Luís Providência afirmara que aquele técnico tem tido «gravíssimos problemas de relacionamento interpessoal», e que vinha desvalorizando as queixas de outros responsáveis, até sexta-feira, quando «quebrou as normas de bom relacionamento» consigo.
O autarca, ao sublinhar que não estava em causa a competência técnica de Fernando Ventura, adiantara já que não iria propor a renovação do seu contrato de trabalho, que cessará em Outubro do corrente ano.
«Tenho andado para aqui em auto-gestão, o que não é bom. Nunca tive com o vereador uma reunião de trabalho onde me impusesse metas, e objectivos», referira o técnico na altura, acrescentando que recentemente teve conhecimento de que irá ser efectuada uma alteração orçamental que eliminará uma rubrica de 100 mil euros que se destinaria a investimentos no sector onde desenvolve a actividade.
O ex-responsável alegara que a sua equipa tem carência de ferramentas e de materiais, e nem sequer uma viatura tem para se deslocar, e duas das piscinas sob a sua alçada localizam-se em freguesias do limite urbano, em S. Martinho do Bispo e Eiras.
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