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Uma bactéria que o pode matar

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A Listeria é temida em todos os países da União Europeia, mas quase ignorada em Portugal. É muito perigosa para os mais debilitados (até mortal) e para a mulher grávida e está presente nos alimentos que comemos Saiba aqui como evitar a listeriose

Chama-se Listeria, é temida e conhecida em todos os países da União Europeia, mas em Portugal continua uma completa desconhecida. E, no entanto, já matou cerca de duas mil pessoas em Itália, nos anos 90; e, no entanto, é um perigo para as mulheres grávidas, podendo causar aborto, partos prematuros e lesões cerebrais graves no bebé, e é também perigosa para pessoas debilitadas. O mais grave é que esta bactéria está nos alimentos que comemos e nos nossos frigoríficos. Mas é perfeitamente evitável e controlável.

Saiba como evitar a listeriose

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«A Listeria é uma bactéria que infecta os homens e em especial as pessoas que estão de alguma forma debilitadas: infectados com HIV, quem está a fazer terapias anti-cancro ou hemodiálise, idosos, recém-nascidos e mulheres grávidas», explica ao PortugalDiário Sandra Sousa, investigadora do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto e que está a estudar a Listeria.

Não é propriamente a mulher grávida que é afectada pela bactéria, continua Sandra Sousa, mas sim o feto, o que «provoca nascimentos prematuros ou abortos espontâneos em qualquer trimestre da gravidez». Quando nascem antes do tempo, acrescenta, apresentam «sequelas cerebrais gravíssimas e meningite e a taxa de mortalidade é de 90 por cento».

Um terço dos casos de listeriose ocorre durante a gravidez

A probabilidade de uma mulher grávida contrair listeriose é 20 vezes maior de que nos adultos saudáveis. Aliás, cerca de um terço dos casos de listeriose ocorre durante a gravidez. No caso dos outros grupos de risco que contraem a bactéria a taxa de mortalidade é de 30 por cento. Mas as crianças e adultos saudáveis também podem ter listeriose, mas raramente se tornam doentes graves. O que acontece é que têm uma diarreia ou uma gastroenterite e depois passa.

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Situação grave em Portugal

Em Portugal, sustenta Sandra Sousa, «vivemos uma situação grave, é o único país da Europa em que a listeriose não é de declaração obrigatória». Ou seja, consultando as taxas de incidência ou mortalidade de todos os Estados membros, verifica-se que apenas em Portugal aparecem reticências e não é porque não exista. Para além disso, sublinha a investigadora ao PortugalDiário, «os médicos portugueses não alertam as mulheres grávidas». Porquê? «Não sei!».

«Não sabemos a percentagem de abortos, nem de mortalidade nos idosos e outros grupos de risco, porque a doença não é de declaração obrigatória», indigna-se Sandra Sousa. Quando ocorresse uma morte por estes motivos, os médicos deveriam «fazer um inquérito para saber o que a pessoa comeu nos últimos dias e retirar o eventual produto do mercado. Isto parece complicado e difícil, mas faz-se em todos os países da Europa»», lembra.

Em Itália morreram duas mil pessoas

Em Itália, nos anos 90, recorda esta cientista do IBMC, «houve uma infecção com uma salada de milho que estava à venda nos supermercados. Foram infectadas cerca de seis mil pessoas e cerca de duas mil morreram. A salada foi retirada do mercado, as instalações da indústria foram fiscalizadas e todos os outros produtos que ali eram produzidos foram inspeccionados e controlados».

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