Os professores do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) estão, desde as 22h00 de quinta-feira, a fazer uma vigília no exterior das instalações desta instituição, em protesto contra o estatuto da carreira do pessoal docente do ensino politécnico. Para esta sexta-feira está prevista uma marcha lenta em Taveiro.
Um dos professores disse à Lusa que a greve pode continuar na próxima semana, depois de terem tido conhecimento que «o projecto de estatuto foi enviado pelo Ministério para a Presidência da República para aprovação».
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Viriato Marques acrescentou que «mais tarde seguiu uma carta do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos para o Presidente da República, cujo conteúdo não nos agrada claramente».
«Reunimos com os alunos e tínhamos chegado a um consenso parar ou abrandar com a greve, pelo menos para a semana, para dar hipótese de resolver o problema dos exames e também para as entidades competentes reflectirem e darem um sinal de boa vontade», referiu o professor, que teme agora um desfecho diferente, devido à «revolta muito grande de todos os docentes».
Os alunos do ISEC também se associaram à vigília. «Os alunos estão solidários e apoiam a greve dos professores, apesar de estarmos a ser lesados, fazendo também pressão para que esta questão fique resolvida o quanto antes possível», disse Nuno Sarabando, da Associação de Estudantes.
«Se for preciso fechar o Ministério, fechamos o ministério»
Outros alunos de vários pontos do país admitem manifestar-se no Ministério do Ensino Superior, exigindo a realização dos exames que têm sido adiados devido à greve dos docentes. As associações estão a promover reuniões gerais de alunos para decidir esta questão.
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«Se for preciso fechar o Ministério, fechamos o ministério, mesmo que isso signifique sermos presos pela polícia. Não temos medo», disse à Lusa Frederico Leitão, presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL).
Já o presidente da AE do Instituto Superior de Engenharia do Porto admite que um eventual prolongamento da greve poderá «tornar a situação insustentável». «Já houve algumas manifestações pontuais de alunos que queriam fazer uma manifestação externa», disse Thiago Oliveira.
O presidente da AE do Instituto Politécnico de Engenharia de Coimbra já tinha reconhecido que foi marcada a «calendarização dos exames até ao final de Julho», mas Filipe Gastar admitiu que «não há garantias de que todos os exames se realizem».
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