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Mário Machado regressa ao banco dos réus

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Mário Machado é acusado dos crimes de associação criminosa, tentativa de rapto, ofensas à integridade física e extorsão

Mário Machado, o skinhead mais conhecido em Portugal, volta a sentar-se esta quinta-feira no banco dos réus, no Tribunal de Loures.

O líder da Frente Nacional, grupo neo-nazi, e do movimento Hammerskins em Portugal, que está detido em prisão preventiva, vai a julgamento acusado de associação criminosa. Ele e outros sete arguidos, quatro deles também detidos. O grupo é ainda acusado de tentativa de rapto, ofensas à integridade física e extorsão a três homens.

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Segundo o despacho de acusação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), a que a agência Lusa teve acesso, Mário Machado «constituiu e chefiou um grupo de indivíduos que, actuando de forma estável, reiterada, concertada e em comunhão de esforços, sequestrava e assaltava indivíduos».

Os alegados crimes tiveram lugar entre finais de 2008 e princípios de 2009 e têm contornos e violência.

Uma das vítimas do grupo foi atraída para um apartamento em Odivelas e, durante «cerca de três horas e meia», foram-lhe desferidos «socos» e «pontapés», depois «amarraram-no, penduraram-no numa cruz improvisada em madeira, deitaram-no dentro de uma banheira e foram vertendo para cima do seu corpo cera de velas acesas, queimando-o». Não satisfeitos, um dos arguidos utilizou «um serrote» e provocou diversos cortes no corpo da vítima, «incluindo no pénis», ainda que «de forma superficial», descreve a Lusa.

Outra das vítimas que apresentou queixa foi baleada. Tinha um projéctil de 9mm numa perna.

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O terceiro caso constitui um rapto, depois do grupo ter simulado uma operação policial. Os elementos do grupo «identificaram-se como agentes da autoridade com carteiras profissionais de Polícia», levando a vítima, que alegadamente pretendia adquirir droga, «a crer que estaria a ser alvo de uma acção policial». O homem foi algemado «com cintas plásticas e meteram-no no automóvel Ford Mondeo». Depois de lhe terem roubado 2300 euros, os documentos e «as chaves da casa da vítima e de duas outras viaturas», abandonaram o homem na serra de Sintra, deixando-lhe meia garrafa de água e 20 euros para táxi.

Outros casos

Mário Machado é um repetente. Em Fevereiro foi condenado a oito meses de prisão efectiva por difamação, ameaça e coacção a uma procuradora, tendo recorrido para o Tribunal da Relação.

Em Outubro de 2008, o Tribunal de Monsanto, que julgou o dirigente da Frente Nacional conotado com a extrema-direita e outros 35 arguidos, condenou Mário Machado a quatro anos e 10 meses de prisão efectiva. O colectivo de juízes condenou-o pelos crimes de discriminação racial, coacção agravada, detenção de arma ilegal, danos e ofensa à integridade física qualificada. Também neste aguarda pelo resultado do recurso.

O líder dos Hammerskins ficou conhecido do grande público em 1997, quando foi sentenciado a quatro anos e três meses de prisão por envolvimento no homicídio de Alcino Monteiro, cidadão português de origem cabo-verdiana, espancado até à morte, em 1995, no Bairro Alto, em Lisboa.

Há uma semana, Mário Machado foi notícia por alegadamente ter agredido o «violador de Telheiras», detido no mesmo estabelecimento prisional.

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