O Tribunal Judicial de Santa Maria da Feira ouviu, nesta quarta-feira, cinco testemunhas que, depois do arrependimento «material» do homem acusado de abuso sexual de uma menor, terão defendido o seu remorso «íntimo», com vista a uma sentença «clemente».
A análise é de Ricardo Sá Fernandes, que, enquanto advogado de Henrique Jales, declarou à saída do julgamento que as testemunhas hoje ouvidas procuraram demonstrar ao coletivo de juízes «a sinceridade do arrependimento do arguido, que é uma das circunstâncias mais importantes a ter em conta quanto à clemência da sentença».
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«O arguido confessou integralmente a matéria da Acusação», recordou o advogado. «A audição das testemunhas [de hoje] foi sobretudo para dar ao Tribunal elementos sobre a sinceridade desse arrependimento - porque os sinais exteriores foram mais que muitos, com a reparação dos danos e as desculpas aceites pela família da jovem, mas há também que analisar a questão íntima e se esse arrependimento é sincero».
Entre as testemunhas ouvidas incluíam-se «educadores da prisão» onde Henrique Jales está detido preventivamente e também «religiosos que davam apoio» no local, lidando regularmente com o arguido.
Ricardo Sá Fernandes espera agora brandura na atribuição da pena, realçando, a esse nível, que «a Justiça também se faz com clemência».
Henrique Jales foi detido em julho de 2011, aos 42 anos, acusado de abuso sexual de uma menor com quem terá iniciado contacto através da Internet, nomeadamente da rede social Facebook.
As buscas realizadas à sua residência revelaram que na sua posse estava ainda material de teor sexual relativo a outras menores, pelo que na audiência anterior o coletivo de juízes decidiu alterar a qualificação dos crimes em julgamento, acrescentando ao de abuso sexual também o de pornografia.
A leitura da sentença está agora marcada para 10 de julho, às 14h00.
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