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«O senhor cardeal diz disparates e não sabe do que fala»

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Associações pelos direitos dos homossexuais repudiam declarações de D. José Saraiva Martins

Associações pelos direitos dos homossexuais repudiaram as declarações do cardeal D. José Saraiva Martins contra a educação de crianças por casais homossexuais, considerando que estão fora da realidade social, avança a agência Lusa.

D. José Saraiva Martins afirmou terça-feira à noite, na Figueira da Foz, que o casamento entre homossexuais não providencia uma educação normal a crianças a quem falta um pai e uma mãe. Veja o vídeo com as declarações do cardeal

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D. José Saraiva Martins «viveu fechado na Cúria Pontifícia, na Cúria cardinalícia e tem uma imagem da sociedade totalmente diferente?, disse à Lusa António Serzedelo, presidente da Opus Gay.

«O senhor cardeal diz disparates e não sabe do que fala. Confunde casamento civil com adopção e são coisas completamente diferentes, não são um sacramento», sustentou.

António Serzedelo lembrou que há «milhões de pais que são homossexuais e são excelentes pais», considerando que as declarações do cardeal são «excludentes».

As declarações do cardeal, afirmou, lembram «a imagem que a Igreja tinha de excluir os homossexuais do ensino, da saúde e da investigação. A Igreja sempre teve essa intenção e ainda hoje se alguém de declara homossexual num colégio oficial da Igreja é imediatamente demitido».

«O prisma tem de ser o do bem-estar das crianças»

O presidente da Associação ILGA Portugal, Paulo Côrte-Real, também lamentou as declarações de D.José Saraiva Martins.

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«O que é fundamental, mais uma vez, é vincar que este tipo de posições não pode ter eco num Estado de direito democrático que preze os valores da liberdade e igualdade», disse à Lusa.

Para Paulo Côrte-Real, é essencial que haja uma atenção do poder político àquilo que a Constituição define e à prioridade que tem de ser dada à luta contra a discriminação.

«É evidente que ela não é prioritária para a hierarquia da Igreja Apostólica Romana, mas tem de o ser para o Estado», sublinhou, salientando que, na questão da parentalidade, «o prisma tem de ser o do bem-estar das crianças».

O presidente da Ilga lembrou que existem posições públicas de órgãos colegiais de áreas como a psicologia, psiquiatria, medicina familiar, serviço social que têm acesso a toda informação sobre esta matéria e que recomendam «sem qualquer reserva, sem qualquer dúvida, as capacidades parentais de gays ou de lésbicas».

«Há milhões crianças que são educadas por casais homossexuais em todo o mundo e em Portugal também», por isso, «posições ignorantes merecem ser ignoradas», rematou Paulo Côrte-real à Lusa.

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