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Ajuda alimentar: maioria dos carenciados surgiram nos últimos dois anos

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Perto de dois milhões de pessoas vivem em Portugal em situação de pobreza, das quais cerca de 160.000 não tinham, em 2012, capacidade financeira para uma refeição de carne ou peixe, pelo menos, de dois em dois dias

Mais de metade das pessoas que procuram apoio nas instituições de solidariedade social fazem-no há menos de dois anos e a maioria dos utentes procura ajuda alimentar, revela esta quarta-feira um inquérito dos Bancos Alimentares Contra a Fome

A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome e a ENTRAJUDA retomaram em 2012 o estudo iniciado em 2010, em parceria com a Universidade Católica, com o objetivo de conhecer melhor a situação das pessoas apoiadas pelas instituições de solidariedade social.

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O estudo decorreu entre setembro de 2012 e janeiro de 2013, tendo sido enviados inquéritos a 3.880 pessoas carenciadas, através das 388 instituições que as apoiam, tendo sido validados 2.209 inquéritos.

Cerca de 59% dos inquiridos dizem que pedem apoio há menos de dois anos, «o que vem demonstrar que muitos dos utentes destas instituições são relativamente recentes, denotando, possivelmente, novas situações de carências», refere o inquérito.

O apoio alimentar, seja em cabazes ou em refeições, é a principal área representando 86 por cento dos pedidos.

A grande maioria dos inquiridos (73%) são mulheres, com uma idade média de 51 anos. Dez por cento têm entre 18/30 anos, 24% entre 31 e 40 anos, 46% entre 41 e 65 anos e 21% têm 66 ou mais anos.

Mais de metade (55%) tem no máximo o 4.º ano do ensino básico, enquanto 12% tem o ensino secundário ou superior.

Quase um terço (32%) está desempregado e 27% são reformados. Apenas 18% afirmaram ter trabalho a tempo inteiro (15%) ou parcial (4%).

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Entre os desempregados, 61% dizem estar nessa situação há mais de dois anos, 21% entre um e dois anos, 15% entre três meses e um ano e 4% há menos de três meses.

A maioria (68%) tem uma ou duas pessoas desempregadas no seu agregado familiar.

No total de desempregados, 15% têm entre os 18 e os 30 anos, 34% entre 31 e 40 anos e 51% têm entre 41 e 65 anos.

A quase totalidade dos desempregados considera que o seu rendimento não é suficiente para a sua família viver, com apenas 4% a dizer que é «sempre suficiente».

Cerca de 48% referem que o próprio ou alguém do seu agregado familiar sofre de uma doença ou deficiência. Entre estes, 81% referem que este problema condiciona (28%) ou condiciona muito (53%) a família.

Segundo o estudo, 93% tiveram de recorrer a um médico no último ano. Destes, 49% dizem comprar sempre os medicamentos receitados e 25% apenas compra os mais baratos.

A família assume-se como a principal fonte de ajuda alimentar ou financeira, com os amigos/vizinhos a apresentarem também valores bastantes significativos. Em 51% dos casos, recorrem a instituições de solidariedade social.

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A grande maioria (82%) dos inquiridos confessa que «hoje se sentem pobres», uma subida de 10 pontos percentuais face a 2010.

São os jovens que se sentem mais pobres, mais 10% comparativamente a 2010, enquanto os idosos se consideram menos pobres.

Perto de dois milhões de pessoas vivem em Portugal em situação de pobreza, das quais cerca de 160.000 não tinham, em 2012, capacidade financeira para uma refeição de carne ou peixe, pelo menos, de dois em dois dias.

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