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Banco Alimentar: vai deixar de dar por causa de Jonet?

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Campanha arranca este fim-de-semana com milhares de voluntários a recolher doações dos portugueses

«Tínhamos pensado que poderíamos viver melhor porque estava tudo garantido, alguém havia de pagar (...), mas deixou de ser assim. Cá em Portugal podemos estar mais pobres, mas não há miséria. Há que fazer uma lógica quase doméstica, de contabilidade doméstica, se não temos dinheiro para comer bifes todos os dias, não podemos comer bifes todos os dias».

As declarações de Isabel Jonet, 52 anos, num programa da SIC Notícias, no início de novembro, escandalizaram muitos e houve mesmo quem falasse em boicotar a campanha do Banco Alimentar. Chegou a ser feita uma petição para pedir a demissão da Presidente Portuguesa de Bancos Alimentares contra a fome.

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Jonet manteve-se fora dos holofotes durante três semanas para ressurgir esta semana, associada à campanha oficial que se realiza este sábado e domingo. Resta saber se os portugueses já perdoaram totalmente o deslize de alguém que se entregou à causa há 20 anos.

«O que é realmente importante é acudir às necessidades de quem mais precisa. Algo que tem sido feito por vinte bancos alimentares contra a fome em todo o país, que apoiam 373 mil pessoas através de 2373 instituições», repetiu Isabel Jonet nos contactos com a comunicação social. A ideia é centrar atenções no trabalho do Banco Alimentar.

Em entrevista ao «Diário de Notícias» foi mais longe, explicando o que queria dizer quando referiu que não queria ver em Portugal o que já acontece na Grécia: «Farmácias onde não há medicamentos para doentes crónicos, imigrantes que vêm das ilhas onde passam fome».

A situação é cada vez mais alarmante o Banco Alimentar ajuda, efetivamente, muitos milhares de pessoas. Cerca de três por cento da população portuguesa tem, no seu prato, todos os dias, um alimento proveniente de um dos vinte bancos alimentares contra a fome. São mais de 30 mil toneladas de alimentos por ano, ou seja, cerca 120 toneladas por dia.

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38.500 voluntários

A 42.ª campanha, que arranca hoje, conta com o apoio de 38.500 voluntários. Este ano regista-se um número recorde de pessoas inscritas antecipadamente como voluntárias, mas Isabel Jonet disse que, nas campanhas, é mais usual as pessoas aparecerem, porque «sabem que há sempre trabalho para elas».

«Uma campanha como a que vai acontecer este fim de semana vai permitir recolher mais de 3.000 toneladas de alimentos e cada um dos bancos alimentares tem de preparar os armazéns para que os produtos sejam pesados à entrada, para saber quantos produtos foram doados, em cada supermercado», explicou.

«Quando fazemos estas campanhas nunca temos como objetivo bater recordes. O que queremos é mobilizar mais pessoas para que deem o máximo que podem, para ajudar quem mais precisa», disse.

Em 2011, foram recolhidos cerca de 30.251 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 42,3 milhões de euros), num movimento médio de 121 toneladas por dia útil.

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A par da campanha de recolha de alimentos em supermercados, o Banco Alimentar disponibiliza, até 9 de dezembro, a possibilidade de doar alimentos online em www.alimentestaideia.net, ou através de vales de alimentos disponíveis nas lojas.

Mais ajuda

Dados do Banco Alimentar adiantam que o número de instituições apoiadas cresceu de 1.618, em 2008, para 2073, este ano, um aumento de 46,6%.

Também aumentou em 52% o número de pessoas assistidas pelos bancos alimentares, através das instituições de solidariedade social, passando de 245.269 em 2008 para 373.024 em 2012.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que dois milhões de portugueses são pobres.

Isabel Jonet disse que, em Portugal, existe «a pobreza estrutural», mais ligada à idade, às baixas pensões de reforma, à doença ou deficiência.

Recorde as declarações polémicas de Isabel Jonet à SIC Notícias

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