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Casal acusado de matar amiga vai ser julgado por Tribunal de júri

São acusados de atar a mulher à cama, estrangulá-la e deitar fogo ao corpo

Um homem e uma mulher acusados pelo Ministério Público (MP) do homicídio de uma amiga e consequente profanação do seu cadáver vão começar a ser julgados, em setembro, por um tribunal de júri, em Torres Vedras.

O tribunal da comarca agendou para 5 de setembro o início do julgamento, com tribunal de júri, composto por três juízes e ainda por um conjunto de cidadãos, requerido pelo MP, por se tratar de crimes com pena máximo superior a oito anos de prisão.

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Os dois arguidos, de 26 e 32 anos e nacionalidade estrangeira, estão acusados cada um de um crime de homicídio qualificado, profanação de cadáver, roubo, dano e burla informática e nas comunicações e ainda pena acessória de expulsão do país, refere a acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso.

A 12 de junho, o casal aproveitou o dia de aniversário da vítima para marcar um encontro com a mesma, primeiro numa pastelaria perto de casa e, depois, na casa daquela, na cidade de Torres Vedras, para pôr em prática um plano de vingança que tinham engendrado em conjunto.

Em causa estava uma dívida de 1.400 euros, que a arguida tinha emprestado à vítima para fazer uma cirurgia plástica e que esta tardava em pagar, apesar de viver sem desafogo económico, devido aos rendimentos que auferia por manter práticas sexuais a troco de dinheiro com clientes que recebia em sua casa.

Por se encontrarem ambos desempregados e conhecerem a situação económica da vítima, que investia o dinheiro em depósitos nas suas contas bancárias e na aquisição de peças em ouro, «decidiram fazer seus os artigos de ourivesaria e as quantias monetárias que guardava em casa e tinha nas contas bancárias».

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Nesse dia, em casa da vítima, cumprindo o plano arquitetado, estavam sentados a conversar à mesa da cozinha quando o arguido a agarrou, empurrou-a até cair no chão e costas, prendeu-lhe os braços e tapou-lhe a boca com fita- cola para a impedir de se defender e de gritar.

Depois de a levar para o quarto, deitaram-na na cama e amarraram-lhe os pés e as mãos, recorrendo a peças de roupa. Desferindo-lhe pancadas pelo corpo, obrigaram-na a revelar onde guardava os cartões bancários e respetivos códigos e também as peças de ouro. Logo que conseguiram, o agressor meteu-lhe as mãos em volta do pescoço, estrangulando-a até ficar inanimada.

Após confirmarem que estava morta, os dois arguidos cobriram o seu corpo com uma coberta, almofadas e peças de roupa e atearam fogo, «com o intuito de destruir qualquer vestígio que viesse a permitir identificá-los».

Depois, abandonaram o apartamento na posse dos cartões bancários, peças de ouro, chaves da casa e dois telemóveis. Entre os dias 12 e 14 de junho, usaram os cartões bancários da vítima e fizeram vários levantamentos, até haver saldo bancário, em multibancos em Torres Vedras, Loures e Nazaré, no total de 1.690 euros.

Foram identificados nas câmaras de videovigilância dos centros comerciais e multibancos onde procederam aos levantamentos, cujas imagens foram requeridas pela Polícia Judiciária. No decurso dessas investigações, as escutas aos telemóveis permitiram localizá-los em Coimbra, onde foram detidos a 13 de julho.

Ambos aguardam julgamento em prisão preventiva nos estabelecimentos prisionais de Lisboa e de Tires.

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