A defesa do médico Ferreira Diniz no julgamento de pedofilia da Casa Pia pediu esta quarta-feira a sua absolvição, considerando-a a única decisão capaz de «reabilitar» o sistema judicial dos erros que apontou ao processo, noticia a Lusa.
Na conclusão das suas alegações finais, a advogada Maria João Costa referiu que «uma condenação seria a decisão mais fácil, estaria em conformidade com a expectativa da opinião pública, que recebeu informação absolutamente parcial da comunicação social».
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No entanto, considerou que «uma condenação com extrema insuficiência de provas serviria para sossegar a sociedade mas não a protegeria, nem às suas crianças, deste tipo de práticas» de abuso sexual, como são imputadas aos arguidos.
«Tenho a certeza de que o tribunal não irá tomar essa decisão», declarou, acrescentando que «a ideia de que uma absolvição poria em causa o sistema judicial é profundamente errada».
«A sociedade tem que estar preparada para aceitar que há erros que são cometidos e que o caminho não é a permanência neles mas a possibilidade de reparação desses erros enquanto é tempo», argumentou.
«Mentiras»
Maria João Costa afirmou à saída do Tribunal de Monsanto que «o sistema judicial português ficará reabilitado se nenhum inocente for condenado».
A advogada criticou a actuação do Ministério Público ao longo do processo, reiterando que só por «convicção» e «falta de sentido crítico» dos agentes judiciais é que «as mentiras dos [jovens casapianos] assistentes fizeram percurso».
Dirigindo-se ao procurador do Ministério Público, a advogada de Ferreira Diniz afirmou que João Aibéo «apercebeu-se do que aqui se passou, da incongruência de tudo isto, e não foi capaz de tirar as suas conclusões com objectividade».
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