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Lesados do BES prometem “animar” legislativas

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Associação de lesados afirmou que está "disposta a tudo" caso os problemas não sejam resolvidos

A associação de lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) manifestou-se este sábado “desiludida” com o Governo e admitiu que, se o problema não se resolver, pode vir “a animar” comícios durante a campanha eleitoral para as legislativas. O representante dos clientes do GES, que reclamam ser reembolsados dos investimentos em papel comercial aos balcões do Banco Espírito Santo (BES), falava após uma assembleia-geral da associação, com algumas centenas de pessoas, no Hotel Tivoli Sintra, no centro histórico da vila. Os lesados do papel comercial do GES, perante as conclusões da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES/GES e da auditoria forense sentem-se “desiludidos com a atuação governamental”, reconheceu. Sobre uma eventual recondução do governador de Banco de Portugal, Carlos Costa, o presidente da AIEPC notou que tal só poderá ser visto como “um prémio se for considerado o bom trabalho que ele fez à banca, porque para os cidadãos fez um péssimo trabalho”. A uma manifestação, de mais de uma centena de pessoas, junto a uma das entradas do hotel onde terminou o segundo fórum do Banco Central Europeu (BCE). Alguns ostentavam máscaras de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, de Stock da Cunha, presidente do Novo Banco, e de Mario Draghi, presidente do BCE.

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“A partir deste momento vamos começar a atuar sobre o Governo. Nós não admitimos a passividade […] por parte de um Governo que não defende os seus cidadãos”, afirmou à agência Lusa Ricardo Ângelo, presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), do GES.

“Estamos dispostos a tudo, inclusive a animar a campanha eleitoral das pessoas que têm feito pouco pela nossa causa”, acrescentou Ricardo Ângelo, considerando ser “exigível” do Governo uma atitude para ajudar a resolver a situação.

“A partir de hoje não consideramos como aliado o Governo e podemos começar a atacá-lo. Quando começar a campanha, tanto invadimos bancos como podemos invadir comícios”, avisou Ricardo Ângelo.

“Se ele acredita em Deus é uma oportunidade para se redimir do mal que fez às pessoas, se não acredita em Deus é uma oportunidade que a ministra das Finanças lhe dá para ele fazer o bem”, ironizou.

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AIEPC promoveu durante a manhã de hoje

O dirigente da associação entregou uma carta a uma assessora do presidente do BCE, porque acredita “que Mario Draghi está muito mal informado” e, por isso, pediu uma audiência para “esclarecer determinados pontos que o Banco de Portugal não lhe transmitiu”.

A associação cancelou um novo cordão humano que tinha agendado para as 20:00, junto à entrada da unidade hoteleira, na Estrada da Lagoa Azul, à beira da serra de Sintra, depois de ter concluído os protestos da manhã com a formação de uma corrente em frente ao principal acesso ao empreendimento turístico.

“Abram os portões das prisões, metam lá os burlões”, lia-se em cartazes empunhados pelos manifestantes, que protestavam ao som de buzinas, bombos e apitos.

A deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, associou-se à concentração e disse não ter dúvidas de que, no caso do papel comercial, houve pessoas que “foram enganadas” e merecem que as entidades reguladoras “se entendam”.

O segundo fórum mundial do BCE juntou na Penha Longa, entre quinta-feira e hoje, algumas das mais influentes personalidades do mundo da política monetária para debater o desemprego e a baixa inflação na Europa.

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