A polícia britânia acedeu esta segunda-feira em partilhar alguns documentos relativos à busca de Madeleine McCann, desaparecida no ano passado no Algarve, com a família da criança, que desistiu assim de um processo judicial para aceder à informação, noticia a agência Lusa.
A decisão da polícia de Leicesershire, região no centro de Inglaterra onde reside a família McCann e que coordena a colaboração das autoridades britânicas com a Polícia Judiciária neste caso, foi anunciada no Tribunal Superior de Londres.
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Ao todo, a polícia vai entregar 81 documentos relacionados com o processo, de um total de 11 mil elementos recolhidos desde o desaparecimento, em Maio de 2007.
Em consequência, a família McCann, que tinha iniciado uma acção judicial para forçar a polícia a dar acesso a todo o processo, optou por desistir da acção judicial.
«Potenciais novas pistas»
Falando aos jornalistas no exterior do tribunal, o porta-voz dos McCann (ausentes da audiência), Clarence Mitchell, saudou o «compromisso alcançado com a polícia», que deixou Kate e Gerry McCann «satisfeitos».
Mitchell salientou a importância destas «potenciais novas pistas» pelo facto de dizerem respeito aos dias seguintes ao desaparecimento, e que podem ajudar na investigação que está a ser feita pelos detectives privados que os McCann contrataram. «Tendo em conta que isto vem de pessoas que contactaram Kate e Gerry e a polícia nas primeiras fases da investigação, são boas notícias para a investigação. Se não tivéssemos ido a tribunal», vincou, «não teríamos estes documentos». O teor dos documentos libertados não foi revelado.
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«Saio para ter liberdade de expressão»
«Ainda há meio milhão de libras no fundo [da Maddie]»
A juíz da secção de Família que presidiu à audiência mostrou-se compreensiva e sensível à situação dos pais de Madeleine, que dispensou de se apresentarem no tribunal. «Eles já sofreram o suficiente e eu preferi aliviar o seu fardo».
Salientando o facto de não haver provas de que a criança tenha morrido, apelou ao responsável pelo desaparecimento, a única «que sabe o que aconteceu a Madeleine e onde é que pode ser encontrada».
«Eu rogo a essa pessoa, seja ela quem for, que mostre misericórdia e compaixão e que apareça agora e nos diga onde pode ser encontrada Madeleine. Espero que ela seja encontrada em breve, viva e sã», declarou durante a audiência.
Madeleine McCann desapareceu a 3 de Maio de 2007, então com três anos, quando dormia num quarto de um complexo hoteleiro na Praia da Luz (Algarve), enquanto os seus pais jantavam num restaurante das proximidades.
Mais pistas poderão, entretanto, estar disponíveis a partir de meados de Agosto, quando termina o prazo do segredo de justica do processo judicial em Portugal. «Queremos ter acesso ao processo para os nossos detectives privados poderem usar a informação», defendeu Clarence Mitchell na semana passada, em declarações à agência Lusa.
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