O bastonário da Ordem dos Advogados elogiou esta sexta-feira as posições defendidas pelo ex-ministro João Cravinho sobre o combate à corrupção, admitindo que se identifica com a sua «postura cívica e política».
«É com pessoas como ele que se muda muito do que está mal na sociedade», afirmou António Marinho Pinto à saída do Tribunal de Sintra, onde foi defender pro bono um colega advogado em debate instrutório.
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«A maior corrupção é a do Estado», disse Cravinho
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«As minhas declarações surgiram na linha do que João Cravinho afirmou juntamente com alguns procuradores-gerais adjuntos e um antigo Procurador-Geral da República naquilo que são as preocupações de algumas organizações internacionais em matéria de corrupção», disse Marinho Pinto.
Quanto ao crime de corrupção, o bastonário da OA defendeu uma «amenização do rigor processual em relação ao corruptor se ele colaborar com a Justiça», considerando que «o verdadeiro cancro para o Estado é que haja pessoas titulares de funções públicas que as traem a troco de dinheiro ou de outras vantagens patrimoniais».
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Marinho Pinto já havia afirmado anteriormente que «existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e que andam por aí impunemente alguns a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade e não há mecanismos de lhes tocar. Alguns até ostensivamente ocupam cargos relevantes no Estado Português».
O bastonário dos advogados acrescentou que há pessoas com cargos de relevo no Estado português que cometem crimes «impunemente».
Maddie: «Houve um mal-entendido»
Interrogado sobre as afirmações do director nacional da Polícia Judiciária sobre uma possível precipitação na constituição de arguidos dos pais de Maddie McCann, criança inglesa desaparecida no Algarve em Maio de 2007, Marinho Pinto lembrou que já tinha defendido essa posição publicamente.
«Veio dar razão a posições que eu já tinha expresso publicamente acerca desse caso», frisou.
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O bastonário recusou comentar as recentes declarações do advogado José Miguel Júdice, que dava conta de que Marinho Pinto seria o candidato presidencial da esquerda nas eleições de 2011, referindo que «não discute em público com colegas» e que, quando tiver de o fazer, «será nos órgãos próprios da Ordem».
Sobre o clima interno na Ordem dos Advogados, o bastonário garantiu que este «está bom e tranquilo» e que «há muito trabalho a fazer».
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