Os pais de Madeleine McCann estão satisfeitos por a polícia britânica estar a rever toda a informação relacionada com o desaparecimento da criança há cinco anos atrás por ser «mais experiente» neste tipo de casos, disseram esta quarta-feira.
«A Polícia Metropolitana tem uma experiência vasta de fazer revisões a casos complexos», vincou Gerry McCann, numa entrevista à agência Lusa.
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A Scotland Yard tem há vários meses uma equipa de 37 pessoas a olhar para todas as informações recolhidas pelas polícias portuguesa e britânica e também por detetives privados contratados pela família.
«É algo que já fizeram muitas vezes, eles sabem o que estão a fazer, eles sabem o que procurar e o que eles dizem é que, frequentemente, a informação que resolve o caso já está no dossier e isso é muito importante para nós», sustenta o pai Gerry McCann.
Esta revisão foi iniciada no ano passado após a intervenção do primeiro-ministro, David Cameron, que respondeu positivamente a um apelo dos pais de Madeleine.
Entretanto, foi também formada uma nova equipa na Polícia Judiciária para reanalisar o caso e trabalhar com a congénere britânica, mas Gerry confia mais na competência dos detetives britânicos.
«A polícia britânica é mais experiente. Eles vão muitas vezes rever os casos de outras polícias. Os britânicos mais experientes», insistiu.
A família tem sido mantido informada «de forma geral» pela polícia dos avanços da investigação e estão satisfeitos com «progresso que estão a fazer na análise dos documentos e a identificar as oportunidades para novas investigação», acrescentou o progenitor.
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De acordo com a polícia britânica, já foram examinados cerca de 25 por cento dos 40 mil documentos e outro tipo de pistas disponíveis, tendo sido identificadas 195 «oportunidades de investigação».
Gerry McCann enfatiza ser importante que toda esta informação esteja a ser revista porque «muitas pessoas não quiseram contactar a polícia e recebemos informação que não foi investigada em Portugal».
Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve.
Os pais e um outro britânico, Robert Murat, foram constituídos arguidos pelas autoridades judiciais portuguesas em julho de 2007.
Mas a 21 de julho de 2008, a Procuradoria Geral da República determinou o arquivamento das suspeitas contra o casal, o que ditou o fim das investigações.
Críticas ao volume de recursos são «injustificadas»
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O pai de Madeleine McCann considera «injustificadas» as críticas ao volume de recursos atribuído à investigação sobre o desaparecimento da criança, ocorrido há cinco anos em Portugal, alegando que o crime continua por solucionar.
«Não sei se é uma crítica justificada porque, no fim de contas, há uma criança desaparecida que foi tirada à família e o responsável continua à solta", afirmou Gerry McCann.
De acordo com informação tornada pública, a polícia britânica já terá gasto dois milhões de libras (2,5 milhões de euros) e tem, há vários meses, uma equipa de 37 pessoas centradas na revisão de toda a informação disponível sobre o caso, criada após a intervenção do primeiro-ministro, David Cameron, em resposta a um apelo dos pais.
Em Portugal, apesar de o processo estar encerrado desde 2008, a Polícia Judiciária criou também uma equipa no Porto para acompanhar a investigação britânica e reanalisar o caso.
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