Já fez LIKE no TVI Notícias?

Explosivos: armazém ficaria muitas noites sem vigilância

Relacionados

Quem o diz são os habitantes da freguesia de Senhoria

O armazém de onde foi levada cerca de meia tonelada de explosivos, em Póvoa de Cima, freguesia de Senhorim, concelho de Nelas, ficava muitas das noites sem vigilância, o que terá propiciado o furto, na opinião de habitantes da freguesia, noticia a Lusa.

No armazém de explosivos Moura e Silva, que foi assaltado no passado fim-de-semana e cujos proprietários são de Póvoa de Lanhoso, trabalha há muitos anos um casal, Armando e Maria da Glória.

PUB

«Durante a semana eles estão lá de dia. Passam lá às vezes à noite, mas outras vezes não. E ao fim de semana quase nunca lá vão, porque também têm a sua vida para tratar», contou aos jornalistas a irmã de Armando, Maria Alice Duarte, que cultiva um terreno próximo do armazém.

Segundo Maria Alice, «por azar, na noite do roubo não estavam lá», o que a leva a pensar que «quem o fez, tinha-os bem guardados».

«Têm lá um alarme que ainda há dias tocou. O meu irmão levantou-se de noite e teve de ir lá pará-lo. Mas nessa noite, por azar, não tocou e quem lá foi andou à vontade», acrescentou.

O terreno onde estão armazenados os explosivos, em várias casas, está todo vedado, tendo os ladrões arrombado o portão com extracção das dobradiças e levado 460 quilos de gelamonite, segundo fonte ligada à investigação.

O presidente da Junta de Freguesia de Senhorim, António Rodrigues, contou à Lusa que, há cerca de dois anos, foi contactado pelo empresário de Póvoa de Lanhoso «para ver se lhe arranjava duas pessoas que lá ficassem durante a noite a guardar».

PUB

«O terreno é da junta de freguesia e está arrendado a esse senhor. Quando me contactou, eu disse que ia tentar, falei com duas pessoas que estavam interessadas e depois ele veio para combinarem o preço. Ficou em me dar depois uma resposta, mas até hoje», lamentou.

Segundo o autarca, este foi o primeiro roubo de explosivos de que teve conhecimento na sua freguesia.

« Constantemente vêm cá roubar»

«Vão às duas pedreiras que temos cá na freguesia [em S. João do Monte e Vila Ruiva] e roubam muita coisa, como cabos de cobre e máquinas, mas explosivos não», contou.

O mesmo confirmou à Lusa Ana Soares, funcionária da pedreira Lage Gorda, de S. João do Monte.

«Constantemente vêm cá roubar gasóleo, ferramentas, máquinas e ferro velho. Mas explosivos não, porque nem os podemos cá ter. Só se podem ir buscar os quilos de pólvora que forem usados no próprio dia», contou.

Tal como outros habitantes contactados pela Lusa, o presidente da junta disse não se ter apercebido de nenhuma situação que tivesse levantado suspeita nas vésperas do furto.

O governador civil de Viseu, Miguel Ginestal, escusou-se a comentar o caso, dizendo apenas que «as forças policiais fizeram de imediato o que deviam fazer».

A PJ considera que os explosivos furtados eram para venda no mercado paralelo, afastando por agora qualquer relação com o grupo terrorista basco ETA, disse à Lusa fonte da direcção nacional.

PUB

Relacionados

Últimas