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«É possível caminhar para o fim da sida»

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Quem o diz é o diretor para os assuntos políticos da ONUSIDA

Os progressos alcançados no combate à sida revelam que é possível avançar para o fim da epidemia no mundo, disse hoje à agência Lusa o diretor para os assuntos políticos da ONUSIDA, o brasileiro Luiz Loures.

«Temos, como nunca antes, evidências de que podemos avançar para o fim da epidemia de sida. Temos em 25 países uma redução das taxas de transmissão do HIV em 50 por cento, 13 desses países estão em África, são dos mais afetados», disse Luiz Loures.

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O responsável, que falava por telefone a partir de Genebra, comentava os dados do relatório global da agência das Nações Unidas para a Sida [ONUSIDA), divulgados hoje, e que revelam quebras importantes no número de novas infeções por HIV e de mortes relacionadas com a doença.

«Temos mais gente em tratamento do que à espera de ser tratada, o que é inédito. Estamos a progredir e podemos começar a falar que é possível caminhar para o fim da sida», acrescentou.

Luiz Loures ressalvou que os desafios continuam em algumas regiões, apontando como exemplos a Europa de Leste e o Médio Oriente.

«[Na Europa de Leste] a epidemia continua a crescer de forma preocupante, relacionada com as dificuldades de acesso aos programas de prevenção por parte dos utilizadores de drogas. É um fator que nos preocupa», disse, apontando o programa português de combate à sida entre os toxicodependentes como um exemplo a seguir. «Portugal tem um programa excelente, talvez um dos melhores do mundo».

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No Médio Oriente, Luiz Loures apontou «a pouca abertura» para tratar de assuntos relacionados com a transmissão da sida, que é uma doença sobretudo de transmissão sexual. Mas, os maiores desafios continuam em África, região onde a epidemia é maior, considerou, apontando os casos da África do Sul e de Moçambique.

Ressalvou contudo que em Moçambique, 50 por cento das mulheres grávidas infetadas com o HIV têm acesso a prevenção, o que tem permitido a redução da transmissão da mãe para o filho.

Considerando que em Angola, a taxa de infeção é «considerada baixa», Luiz Loures defendeu uma maior aposta do país na prevenção.

Na Guiné-Bissau, o responsável da ONUSIDA considera que a atenção se deve centrar em fenómenos que surgem associados a conflitos, como a violação e a violência sexual.

Portugal é apontado por Luiz Loures como «exemplo de um programa [de prevenção] muito compreensivo e desde o início muito aberto a tratar de problemas complicados como a prevenção entre os utilizadores de drogas».

Relativamente ao Brasil, o responsável da ONUSIDA destacou as taxas de cobertura e tratamento, «das mais altas da América Latina», apontando o rastreio massivo que o Governo brasileiro tem em curso como «uma boa iniciativa».

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