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Saúde: Nobel diz que Portugal deve investigar em duas áreas

Paul Greengard sugere concentração dos recursos nos sistemas nervoso e cardiovascular

Paul Greengard, Prémio Nobel da Medicina em 2000 pelo trabalho em neurociências, defendeu que Portugal devia concentrar os seus esforços de investigação científica na saúde em duas áreas, como o sistema nervoso e o cardiovascular.

O cientista, professor na Rockfeller University, nos EUA, que já teve alguns investigadores portugueses a trabalhar com ele, estuda a causa das perturbações neurológicas e a relação dos problemas com a comunicação entre células, nomeadamente na doença de Parkinson, na esquizofrenia ou na depressão.

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Paul Greengard esteve presente na conferência «A Nobel Day», que reúne em Lisboa três cientistas que receberam prémios Nobel da Medicina em diferentes anos. Falando aos jornalistas à margem da conferência, Paul Greengard transmitiu a opinião de que «os países pequenos não devem fazer investigação em 10 áreas diferentes, uma ideia que não tem a concordância de todos».

«Podem analisar quais as razões que causam mais morte e doença e focar-se, por exemplo, nos problemas neuropsiquiátricos e cardiovasculares, que são muito comuns», apontou o cientista acrescentando que o sistema nervoso e o sistema cardiovascular reúnem «grandes preocupações».

«Com recursos escassos não devemos tentar fazer trabalhos em muitas áreas e ter vários institutos que não conseguem suficiente massa crítica para atingir os objetivos», explicou.

Paul Greengard aconselha os cientistas a procurarem os líderes políticos inteligentes e «levá-los a jantar fora e explicarem-lhes o que é necessário fazer para a segurança de um país, para o crescimento económico e cuidados médicos», pois economia, saúde ou defesa dependem da investigação científica.

«Se Portugal não tiver uma comunidade científica forte será difícil fazer-se ouvir», realçou Greengard defendendo que, em crise, o tempo é de «investir na economia, gastar dinheiro para estimular a economia» e que «a ciência é uma boa forma de incentivar a economia».

Além de Greengard, a conferência contou também com Richard Roberts (Prémio Novel 1993, com um trabalho em biologia molecular) e Oliver Smithies (Prémio Nobel 2007, devido à sua investigação na ciência vascular). John Gurdon (Prémio Novel 2012) marcou presença através de um depoimento gravado em vídeo.

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