O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) disse esta segunda-feira que há sete ambulâncias paradas em Lisboa na sequência do protesto dos trabalhadores, no total de 21 daquelas viaturas do INEM na capital.
O sindicato tinha revelado, na antena da tvi24, ao início da manhã, que estavam onze viaturas inoperacionais, aguardando a mudança de turmo mas que havia uma ressalva: "Temos informação de que alguns daqueleselementos que não são técnicos de emergência se estão a deslocar para essas ambulâncias . Põem-se em causa não só o facto de não haver ambulâncias, é também o facto de não serem técnicos de emergência a tripular essas ambulâncias", disse.
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Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião no Ministério da Saúde, Paulo Campos lembrou que não há qualquer pré-aviso de greve em vigor que suporte o protesto dos trabalhadores e sublinhou que a população não deve ficar alarmada porque o socorro não está em causa, como reporta a Lusa.
“Isto não é uma greve, não houve um pré-aviso. Mas teve a repercussão de haver algumas ambulâncias do INEM hoje sem tripulação. Lisboa está suportada numa redundância do dispositivo. Temos 75 ambulâncias dos bombeiros a trabalhar em Lisboa”, afirmou.
Paulo Campos disse estar “com serenidade” a acompanhar a situação, vincado que o socorro “não está em causa”, até porque no momento “há muito mais ambulâncias do que habitualmente em Lisboa”, com o sistema a ser suportado por “uma série de parceiros e de meios”.
Os técnicos de ambulância de emergência estão desde o início do mês a recusar fazer horas extraordinárias, queixando-se de falta de pagamento de subsídios e de horas extra e de mais cortes no salário.
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No final de uma reunião no Ministério da Saúde, o presidente do INEM lembrou que sempre foram cumpridas horas extraordinárias no instituto: “O sistema foi crescendo com horas normais e horas extra e até agora nunca foi posto em causa pelos nossos profissionais. (…) Até há uma semana atrás as horas extra sempre foram feitas”.
Sobre a carreira de técnico de emergência, o responsável disse estar “muito empenhado” em aprová-la em breve, frisando que durante um ano o INEM tem trabalhado nesta carreira, que é uma pretensão dos profissionais.
“Num ano fizemos o que durante 10 anos não foi possível fazer. É nossa intenção que essa carreira seja uma realidade”, disse Paulo Campos, acrescentando que o INEM se encontra em processo de contratação de 85 técnicos de emergência, que irão chegar até setembro.
Por outro lado, o presidente do INEM vincou que “não há um único posto de trabalho dos técnicos de ambulância que esteja em causa”.
O INEM garantiu então que o serviço de emergência estava a ser assegurado na capital lisboeta, acrescentando que havia outras 75 ambulâncias, dos bombeiros da Grande Lisboa, disponíveis para ajudar nos serviços de urgência.
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“Nós tomaremos todas as atitudes a que a lei nos obriga. E houve uma atitude mais ou menos organizada para hoje faltarem meios de emergência ao cidadão. Estamos muito atentos e não podemos permitir que haja falhas ao socorro sem os mecanismos legais”, disse, depois de ter frisado mais uma vez que não houve qualquer pré-aviso de greve por parte dos trabalhadores.
A Federação Nacional do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais vai emitir esta segunda-feira um pré-aviso de greve nacional para dar suporte aos trabalhadores do INEM que pretendam não cumprir o trabalho extraordinário, com efeitos a partir de 16 de junho.
Mas, entretanto, o porta-voz da comissão de trabalhadores do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) admitiu que os técnicos de emergência (TE) que estão a recusar fazer horas extraordinárias também estão esta segunda a faltar ao horário normal de trabalho.
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"A partir deste momento, não só o trabalho extraordinário não está a ser feito, como o próprio horário normal de trabalho. Os próprios técnicos, por sua iniciativa, estão a faltar ao trabalho", disse Rui Gonçalves aos jornalistas, em Coimbra, numa conferência de imprensa junto às instalações de delegação centro do INEM.
"Têm direito a faltar injustificadamente cinco vezes seguidas ou 10 interpoladas e estão a fazer uso desse direito", afirmou.
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