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«Fomos avisados das buscas»

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Em tribunal, Carolina Salgado diz que teve o processo em casa

Carolina Salgado confirmou esta manhã, durante o julgamento do processo que Pinto da Costa moveu contra o Estado, português que o presidente do FCP foi avisado dos mandados de busca a sua casa, bem como do mandado de detenção.

Durante os 25 minutos em que prestou depoimento, a mulher que confirmou conhecer «muito bem» o líder portista, questionada pelo Ministério Público, [Quando teve conhecimento da busca à casa da Madelena, em Gaia?], respondeu sem hesitações:

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«Tivemos conhecimento através do advogado Lourenço Pinto, no dia anterior. O senhor doutor ligou para o Jorge Nuno, logo pela manhã, a convocar uma reunião com carácter de urgência. Fomos almoçar ao restaurante, «O Boucinha», e estiveram presentes os senhores Lourenço Pinto, Reinaldo Teles e Joaquim Pinheiro».

Por «questões de estratégia, ou seja, para despistar as autoridades» o empresário António Araújo não foi avisado dos mandados de busca.

Apenas quando chegaram ao restaurante tiveram conhecimento de que havia uma busca iminente. «Tínhamos a informação de que os telefones estavam sob escuta, por isso, não falávamos ao telefone».

Carolina explicou que o objectivo do encontro serviu para «prepararmos a fuga» do casal para Espanha e recordou os passos dados naquele dia até à saída para Espanha, onde pernoitaram no «Parador de Vigo». Informação que a testemunha já tinha descrito no livro que publicou.

Lembrou, então, que, antes da fuga, Pinto da Costa foi a casa «buscar alguns documentos que pudessem comprometê-lo e até deixou o cofre aberto para poupar trabalho às autoridades».

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Além de Lourenço Pinto, também «o senhor Joaquim Pinheiro, irmão de Reinaldo Teles tinha sido avisado do mandado de busca e detenção por um senhor inspector da PJ do Porto, cujo nome não me recordo», prosseguiu.

Pinto da Costa «viu» o processo em casa

A autora de «Eu, Carolina» disse ainda, e repetiu, que Lourenço Pinto tinha conhecimentos no Ministério Público e «tivemos acesso ao processo. Era o processo mesmo. Uma capinha amarela. Levado pelo Lourenço Pinto e transportado pelo motorista do Jorge Nuno, Afonso».

Questionada pelo juiz se conhecia a dimensão dos autos (que actualmente já contabilizam 150 volumes), Carolina retorquiu: «Na altura, em Dezembro de 2004, não era tão grande. Mas já era bem grandinho». «Eu sei porque mo disseram. Percebe? Tive a certeza porque mo disseram. Era para terem acesso às declarações de António Araújo» e assim pudessem preparar o depoimento do líder portista.

«Recordo que o doutor disse para ele não regressar»

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«Bom dia senhor doutor», cumprimentou Carolina, logo que Gil Moreira dos Santos, advogado de Pinto da Costa, tomou a palavra para confirmar que se juntou ao casal em Espanha, no dia 3 de Dezembro.

«Recordo que o senhor doutor disse para ele não regressar na altura». Ficou lá para vir quando? «Eventualmente quando fosse informado». «Conforme a indicação do advogado», continuou a testemunha.

Carolina afirmou não se recordar de o advogado de Pinto da Costa ter sido interceptado na ponte de Valença, quando era transportado pelo motorista do presidente portista, mas revelou: «Tivemos imensos cuidados. Viemos pela auto-estrada e não por Valença pela ponte velha, porque tivemos informação de que alguns inspectores teriam ido à casa de Vila Nova de Cerveira».

«Não vamos agora ironizar»

A conversa azedou quando Gil Moreira dos Santos questionou Carolina sobre o que conversara com Pinto da Costa, «para além de falarem de caramelos».

«Não vamos agora ironizar. Nem caramelos, nem coisa que o valha», atirou Carolina, com ar visivelmente irritado. O juiz interveio para dizer que a ironia era dispensável, mas não susceptível de provocar tal irritação. Poucos minutos volvidos, a testemunha foi dispensada. Levantou-se, despediu-se e saiu.

Pinto da Costa pede uma indemnização de 50 mil euros ao Estado pelas «3 horas e 5 minutos» em que alega ter estado detido ilegalmente.

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