O presidente do Observatório da Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) considerou este domingo que os casos de criminalidade em Portugal são «pontuais», mas admitiu que começam a ser «repetitivos» e «mais violentos».
Em declarações à Agência Lusa, o general Garcia Leandro disse que a situação «não é de alarme», mas que a população deve estar «atenta».
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Em pouco mais de uma semana, casos de violência já causaram seis mortes em Loures e um ferido em estado muito grave em Oeiras.
Baleado na cabeça no estacionamento do Oeiras Parque
Mulher alvejada mortalmente em Sacávem
Elementos da Polícia Judiciária de diversos departamentos, entre os quais o de Combate ao Banditismo e Homicídio, deverão reunir-se segunda-feira para analisar os recentes casos de violência na área da grande Lisboa, disse à Lusa fonte policial.
Segundo o presidente do Observatório de Segurança, relatórios estatísticos internacionais colocam Portugal como «mais seguro» relativamente a outros países europeus.
«Mas mais que as estatísticas, há um aumento da criminalidade nas áreas urbanas de Lisboa e Porto», sublinhou, apontando como razões para este crescimento a globalização, o tráfico de armas, máfias organizadas e as dificuldades de inclusão dos imigrantes.
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As dificuldades financeiras e sociais ligadas aos problemas de inclusão são outros factores que, segundo Garcia Leandro, explicam o aumento da criminalidade nos grandes centros.
«Quando se constroem novos bairros deve-se evitar os guetos e que as pessoas vivam isoladas», disse para realçar que o combate à criminalidade «não passa apenas pelas forças de segurança», mas sim por toda a população, que deve informar as autoridades sobre situações que considerem estranhas.
Garcia Leandro destacou igualmente o número elevado de armas ilegais existentes em Portugal e a facilidade com que são vendidas.
O presidente do OSCOT disse ainda que «não há uma solução repentina e rápida» para por fim à violência, mas que as autoridades «estão atentas» para esta situação.
O Observatório da Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo está a elaborar um relatório sobre segurança interna, que deverá ser divulgado em Setembro.
Segundo Garcia Leandro, o relatório, independente do Governo, vai ser apoiado por uma sondagem feita à população e que terá perguntas relacionadas com o ordenamento do território, confiança nos tribunais, União Europeia e diplomacia, além de questões sobre a criminalidade.
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Fundado em 2003 pelo actual ministro da Administração Interna, Rui Pereira, o Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo declara-se como «uma organização da sociedade civil, independente do Estado, que se preocupa com todos os aspectos que envolvem a segurança do cidadão e da sociedade em geral».
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