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Crise: portugueses trocam estrangeiro pelo Algarve

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Ainda assim o turismo no Sul do país já teve melhores dias

A crise económica está a levar muitos portugueses a trocar as férias no estrangeiro pelo Algarve, mas este ano as dificuldades são tão grandes que nem assim se estão a compensar as perdas, disse à Lusa fonte empresarial.

De acordo com dados da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), desde Novembro de 2007 registou-se uma descida acumulada de 6,1 por cento nas taxas de ocupação de quartos na hotelaria e há oito meses que as quebras são progressivas, por comparação com os meses homólogos do ano anterior.

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«Em períodos de crise as pessoas costumam fazer férias no próprio país, mas este ano a crise é tão grande que nem assim o Algarve está a conseguir manter as taxas de ocupação», disse à Lusa o presidente daquela associação, Elidérico Viegas.

A descida do número de turistas nacionais é acompanhada pela queda do mercado inglês, de longe a origem dominante na segmentação da ocupação hoteleira por nacionalidades, com mais de 40 por cento das dormidas.

Elidérico Viegas aponta a crise interna no Reino Unido e a desvalorização da libra face ao euro (17 por cento no último ano, 25 por cento em dois anos) como os factores responsáveis por esta quebra.

«Agora em Julho e Agosto nota-se menos, mas é sobretudo nas franjas da época balnear, nos meses de Maio, Junho, Setembro e Outubro, que esta descida, não compensada pelos portugueses, está a fazer mais efeito», disse.

O consultor hoteleiro Eduardo Valagão aponta a habitual sujeição ao mercado britânico como a maior fragilidade do Algarve, num contexto em que os ingleses «estão a substituir a Espanha pela Turquia» e Portugal «não passa de um mercado menor, relativamente ao mercado espanhol».

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Comerciantes queixam-se

A crise económica está a levar ao desespero os comerciantes algarvios, que se queixam de quebras de vendas entre 20 e 50 por cento este Verão. E nem a exclusiva marina de Vilamoura está a escapar à falta de turistas e dinheiro.

«Basta ver os índices de combustível na bomba de combustível aqui da marina, que baixaram mais de 50 por cento nos últimos dois anos, para termos uma noção da falta de visitantes», disse à Lusa um vendedor de barcos da marina de Vilamoura, Pedro Miguel, 44 anos.

Há duas décadas a explorar o restaurante "Akwavit", António Diogo, 52 anos, precisa de recuar ao princípio dos anos 1990 para encontrar uma crise semelhante à actual na marina de Vilamoura. «Tinha clientes habituais, que têm barcos e vinham cá ao fim-de-semana, que este ano não apareceram», enfatiza, garantindo que «este Verão quase não há clientes portugueses» e a noite está a acabar mais cedo do que nos outros verões, porque «às 11 da noite fecham-se as portas».

Isabel Gago, dirigente da Associação dos Industriais de Hotelaria e Similares (AIHSA), garante que os comerciantes «estão a queixar-se do refluxo de portugueses, mas também de estrangeiros». «O mercado inglês está em queda na ordem dos 20 por cento», o que «está a ser dramático para muitos que tiveram que se aguentar no Inverno, à espera dos meses de sol, e agora vêem as expectativas goradas», sustenta a dirigente associativa.

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