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Bragança: escola garante que aluna não foi «praxada»

Aluna considera que se está a fazer «uma tempestade num copo de água»

O director da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança, José Adriano, garantiu hoje que a aluna referenciada pelo ministro do Ensino Superior num alegado caso de violência nas praxes «nem foi sequer praxada».

«Conversei com a aluna e as palavras dela foram estas: está-se a fazer uma tempestade num copo de água», disse, em declarações à agência Lusa o responsável pela escola onde a aluna em causa é caloira, tendo sido admitida na segunda fase de ingresso ao ensino superior.

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O director da escola disse ter tomado conhecimento só hoje de manhã de que pertencia àquela instituição a aluna citada como um caso de alegada violência nas praxes pelo ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, no último fim-de-semana.

Os responsáveis pelo Instituto Politécnico de Bragança, do qual faz parte a Escola Superior de Tecnologia e Gestão, foram surpreendidos pelas declarações do ministro, que a propósito das praxes falou de «práticas fascistas» e de «barbaridade».

O director da escola frisou à Lusa que a aluna, natural de Bragança, lhe garantiu não ter feito qualquer queixa ao ministro, «o que ele mesmo concluiu depois de ler a carta em causa», da qual tomou conhecimento apenas hoje de manhã.

O assunto descrito no cabeçalho do documento, a que a Lusa teve acesso, não refere queixa mas «actos de coacção sobre estudante».

Segundo José Adriano, o que a aluna alega, e que pode ler-se na carta, é que pediu esclarecimentos ao ministro acerca da legitimidade das consequências que lhe terão dito que sofreria caso se recusasse a participar nas praxes.

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De acordo com o responsável, a aluna diz ter manifestado a sua discordância com as praxes enumerando alguns alegados exageros que lhe estão associados e que a comissão de praxes a terá informado de que não participando nestes rituais ficaria impedida de usar traje académico, queimar as fitas e participar nas semanas do caloiro e académica.

«A aluna diz que ficou transtornada ao dizerem-lhe que não podia participar, que teve de tomar anti-depressivos e que deixou de vir às aulas», disse José Adriano.

O director da escola afirmou ter registos de que a estudante frequentou a escola de 20 a 28 de Outubro, data posterior à da carta enviada ao ministro.

Admitiu, no entanto, que a aluna «congelou a matrícula, mas alegando motivos profissionais, por ter arranjado emprego».

José Afonso considerou que a aluna não tinha necessidade de se dirigir ao ministro para pedir os esclarecimentos.

«Se tivesse perguntado à direcção da escola, saberia que nenhum aluno fica impedido de participar no que quer seja, devido às posições que toma», salientou.

Contactado pela agência Lusa, o gabinete de imprensa do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior informou que «não há mais comentários sobre o assunto em causa».

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