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Magalhães: ministério desconhece vendas no mercado negro

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Declarações surgem após alertas de professores

O Ministério da Educação (ME) disse esta quinta-feira desconhecer qualquer caso de venda irregular do computador Magalhães, referindo-se aos alertas de professores para casos em que os portáteis podem já não estar com os alunos, noticia a Lusa.

Helena Amaral, professora numa escola do Agrupamento da Escola Quinta de Marrocos, em Benfica, contou à Lusa que estas suspeitas dos professores «são normais face à forma como todo o processo decorreu» e disse ter falado com a coordenadora da escola sobre o assunto.

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«A coordenadora da escola está sensibilizada para este problema», afirmou. Questionada sobre porque não são comunicadas estas suspeitas às entidades competentes, a professora afirmou: «Mas comunicar a quem? A prevenção deste tipo de situações nunca fez parte da preocupação de ninguém».

«Pois se eu comuniquei por escrito há uns meses o excesso de faltas de alguns alunos, que é uma situação grave, e ainda não tive qualquer resposta acha que alguém se ia preocupar com suspeitas comunicadas oralmente?», questionou.

«Além disso, no caso das suspeitas, a comunicação tem alguma consequência? O que é que acontece?», questionou, referindo-se ao facto de os computadores serem entregues em regime de propriedade plena.

Pais vendem Magalhães no mercado negro

Questionada sobre a hipótese de as escolas guardarem os equipamentos para garantir que eles ficavam com o aluno que o recebeu e não eram vendidos ou dados a terceiros, a docente respondeu: «Nem pensar. Eu não posso assumir isso. As escolas eram assaltadas logo a seguir». «Aliás, o facto de os alunos andarem com os portáteis até traz problemas de segurança porque as crianças podem ser assaltadas no percurso para a escola», afirmou.

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«Um excelente instrumento de trabalho»

Os computadores Magalhães são distribuídos aos alunos em regime de propriedade plena e o acesso ao portátil pode ser a custo zero, se os alunos forem abrangidos pelo primeiro escalão de apoio social, pode custar 20 euros (segundo escalão) ou 50 euros.

Contactado pela Lusa, o responsável pelo Ensino Básico no Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), Manuel Grilo, reconheceu que o Magalhães «é um excelente instrumento de trabalho, com muitas virtualidades», mas lembrou que a iniciativa do Governo foi «precipitada».

«Foi um investimento feito sem preparação, de forma muito precipitada e trapalhona por parte do Governo, como provam os sucessivos problemas com o Magalhães», afirmou, apontando os recentes erros de ortografia, gramática e sintaxe detectados numa das aplicações.

«É um investimento de todo o país que não tendo sido bem pensado pode não ter os efeitos desejados e até ter consequências perversas», afirmou.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério da Educação exorta ainda quem tenha conhecimento de situações irregulares a comunicá-las às entidades competentes.

«Só desta forma se poderá intervir no sentido de proteger o material de trabalho e garantir o direito das crianças à igualdade de oportunidades e a uma aprendizagem de qualidade», acrescenta a nota.

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