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Ministério da Educação «só ouve a voz da greve»

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Sindicatos apelam aos professores para se unirem «na luta» e dizem que ministra «quer fazer a folha aos professores»

Actualizado às 20h00

O ministério da Educação e os sindicatos de professores voltaram a terminar sem acordo um encontro que visava «renegociar» o Estatuto da Carreira Docente (ECD), esta segunda-feira à tarde no Conselho Nacional de Educação, em Lisboa.

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Apesar da «disponibilidade» do ministério em negociar, nem sequer a data da nova reunião ficou definida. Sindicatos apelam à «união» da classe para mostrar força e o ministério alerta que não se quer sentar a uma mesa onde «não há propostas, só objectivos».

Sindicatos «pessimistas»

Ministra e sindicatos sem acordo

Para renegociarem o Estatuto da Carreira Docente, o sindicalista pediu «união» entre professores para as próximas iniciativas: «No abaixo-assinado, que será entregue dia 22 no ministério da Educação; na jornada de luta em todas as escolas, prevista para 13 de Janeiro e, por fim, uma adesão na casa dos 90 por cento da greve marcada para dia 19 do mesmo mês».

E porquê? «Quando se fala de luta, o ministério só parece ouvir a voz da greve», afirmou Mário Nogueira. Lembrando, em seguida, que «tudo do que foi feito, pelos professores à noite a aos fins-de-semana parece não ter servido».

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Ministério disponível para negociar

Coube ao secretário de Estado Jorge Pedreira falar à comunicação social, no final da reunião. Tanto a ministra, como o outro secretário de Estado, Valter Lemos, saíram do edifício longe dos olhares e perguntas dos jornalistas.

Jorge Pedreira reafirmou que o Ministério da Educação está disponível para «negociar e chegar a acordo com os sindicatos», mas lembrou que estas novas reuniões se prendem com o Estatuto da Carreira Docente e que «a haver alterações» apenas se vão aplicar no próximo ano lectivo.

Enfatizou ainda que esta ronda de negociações foi pedida pelos sindicatos e, por isso mesmo, «terão de ser eles a apresentar propostas». Sendo que, não haverá negociações «com soluções fechadas». Ou seja, o ministério não irá negociar com base em «resultados já decididos» pelos sindicatos.

Quanto ao apelo de Mário Nogueira para outra grande greve, Jorge Pereira considerou «lamentável estas formas de pressão e chantagem».

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Apesar da reunião visar o ECD, os sindicatos não esqueceram a suspensão da avaliação, mas o tema não acolheu resposta da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e respectivos secretários de Estados.

Ameaças e pressões

No final do encontro, Mário Nogueira garantiu que depois «das pressões e ameaças» aos professores, em algumas escolas, que denunciou na semana passada juntam-se «agora as ilegalidades». «Estão a obrigar os professores a preencher fichas de avaliação já com base no modelo simplificado», proposto pela equipa ministerial. «É ilegal», garantiu o sindicalista, deixando um recado aos professores: «Nenhum professor tem de preencher rigorosamente nada». Em seguida, fez uma actualização do número de escolas que já aderiram à suspensão do modelo: «São, neste momento, 447».

«Fazer a folha aos professores»

Durante o fim-de-semana, surgiram vários anúncios publicitários, na imprensa escrita, ao modelo simplificado de avaliação do Ministério da Educação e o sindicalista lamentou «o dinheiro dos contribuintes gasto na publicidade» de um modelo «sem qualidade».

Na semana passada, Maria de Lurdes «brincou» com a proposta dos sindicatos dizendo que cabia «numa folha A4». Esta segunda-feira, Mário Nogueira não quis ficar fora da «brincadeira» e afirmou que não sabe se as propostas do ministério «cabem numa folha A5, A4 ou A3», mas sabe que esta «quer fazer a folha aos professores».

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