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Dois mil professores protestam em frente ao Ministério da Educação

Sindicatos ameaçaram o Governo dizendo que, caso não comece já a negociar a contagem dos anos em que as carreiras estiveram congeladas, nos novos protestos serão dezenas de milhares nas ruas

Cerca de 2.000 professores, segundo números dos sindicatos, exigiram esta quinta-feira em Lisboa que o Governo comece já a negociar a contagem dos anos em que as carreiras estiveram congeladas, e ameaçam que da próxima vez poderão ser muito mais

No fim de uma marcha entre o Ministério da Educação e o edifício do Conselho de Ministros, o dirigente sindical Mário Nogueira, da Fenprof, afirmou que está dado "o sinal de que na próxima vez não vão ser 2.000 ou 2.500, vão ser dezenas de milhares na rua".

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A exigência dos professores é que o Governo comece imediatamente a negociar o modo e o prazo como vão ser contados para as carreiras os nove anos, quatro meses e dois dias em que a progressão esteve congelada.

Pela Federação Nacional da Educação, João Dias da Silva falou aos manifestantes para dizer que desistir está fora de questão e que o ano letivo tranquilo pretendido pela "sociedade, famílias e professores" está "na mão do governo".

Não pode empurrar a solução deste problema para o Governo seguinte", afirmou.

A manifestação, convocada por vários sindicatos, que partiu esta manhã em direção à presidência do Conselho de Ministros, onde entregou uma moção, aprovada por unanimidade pelos manifestantes.

Rui Barroso, um professor de Braga presente na concentração, disse à agência Lusa que “a questão é sempre 9,4,2”, referindo-se aos anos em que as carreiras dos professores estiveram congeladas, e que pretendem ver contados para efeitos de progressão na carreira.

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“Se os trabalhámos, queremos tê-los reconhecidos”, declarou, indicando que um professor que entre agora na carreira, “só ao fim de 44 anos é que chega ao topo, e aí já está em idade de estar aposentado e a receber uma reforma de mil e poucos euros”.

Carlos Silvestre, de Bragança, acusou o Governo de fazer “demagogia, ao querer passar a mensagem de que os professores querem ter tudo de uma vez”.

“É pura mentira, estamos aqui justamente porque queremos discutir o modo e a forma como vai ser feita a contagem”, garantiu.

O facto de nas regiões autónomas já se ter começado a contar o tempo em que as carreiras estiveram congeladas “é uma desigualdade que viola os princípios da Constituição”, afirmou Carlos Silvestre, que é dirigente sindical do Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados Pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades.

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Carlos Barroso afirmou que os professores “exigem que seja retomada a negociação”, compreendendo “as dificuldades que existem”, mas referindo que “têm de ser iguais para todos”.

“Andámos a pagar pela Caixa Geral de Depósitos e pelo BES, estamos fartos de ser gozados e enxovalhados”, acrescentou.

Na terça-feira, a Fenprof ameaçou o Ministério da Educação e o Governo com “um ano desgraçado” se não ficar resolvida a questão da contagem do tempo de serviço e não forem retomadas brevemente as negociações sobre a matéria.

Entre as questões levantadas pela Federação Nacional de Educação estão problemas decorrentes do reposicionamento nos escalões da carreira de alguns professores, que está a resultar em ultrapassagens por parte de professores com menos antiguidade na profissão.

Na passada semana o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse no parlamento que as negociações seriam convocadas oportunamente e atempadamente, respondendo à urgência dos sindicatos com ‘um lembrete’ de que o OE2019 é válido todo o ano e que o Governo tem o seu próprio calendário de execução do orçamento, declarações que não agradaram aos professores, mas também a alguns grupos parlamentares, como o PCP.

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