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Casa Pia: advogado de Carlos Cruz pede absolvição

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Ricardo Sá Fernandes diz, no entanto, que juízes têm «ideias feitas»

O advogado Ricardo Sá Fernandes disse esta quinta-feira esperar que Carlos Cruz seja absolvido em tribunal dos crimes sexuais alegadamente praticados em Elvas, apesar das «ideias feitas» do coletivo de juízes.

Falando nas alegações finais da repetição do julgamento quanto aos factos ocorridos numa casa em Elvas, Ricardo Sá Fernandes considerou que, face à nova prova testemunhal, «em coerência» o tribunal «só pode absolver Carlos Cruz» dos crimes supostamente verificados naquela cidade alentejana.

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O advogado afirmou que o principal arguido, Carlos Silvino, que chegou a incriminar vários arguidos, foi «miseravelmente manipulado» neste processo e que o procurador João Aibéo e Miguel Matias, advogado da Casa Pia e das vítimas, utilizam novos «delírios» para justificar a acusação e a pronúncia.

O advogado de Carlos Cruz considerou um «delírio» que Miguel Matias venha agora dizer que os abusos foram praticados no primeiro andar da casa de Elvas e não no piso térreo, enquanto João Aibéo veio alegar que a moradia de Elvas era passível de ter zonas «independentes», onde os abusos podiam ter ocorrido, apesar de nela circularem várias pessoas que deixavam lá bebés ao cuidado da ama Gertrudes Nunes.

Ricardo Sá Fernandes disse ainda que esta «história» de Elvas faz parte do conjunto mais vasto que é o processo Casa Pia e que a casa de Elvas é uma peça-central para apurar da credibilidade ou não de toda a acusação.

O advogado mostrou-se convicto que a outra parte do processo Casa Pia será novamente repetido e que a verdade virá ao de cima, para que os juízes percebam a «trama» e a «farsa» que foi montada em torno dos arguidos, designadamente de Carlos Cruz.

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Porém, admite que será difícil ao tribunal aceitar os seus argumentos porque o coletivo de juízes «criou a convicção» que Carlos Cruz e outros arguidos abusaram de jovens casapianos. «Uma ideia feita é a coisa mais difícil de desfazer», sublinhou.

Insistiu que não há motivos para o tribunal continuar a acreditar na versão dada por Carlos Silvino na investigação e não no que disse agora em julgamento, ilibando os arguidos e dizendo que nunca transportou ninguém para Elvas.

«Este homem foi levado a dizer que dava boleias (para Elvas) para com isso se dizer que havia uma rede. Não vale tudo. Este homem não teve direito a uma defesa que devia ter tido e espero que ainda venha a ter», disse.

Considerou ainda um «ato de enorme dignidade» que o assistente/vítima Ilídio Marques, que anda a tomar metadona e a curar-se do consumo de drogas duras, tenha tido a coragem repor a verdade em tribunal, contando uma nova versão dos factos, que não corresponde à apresentada pela acusação.

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O advogado de Carlos Cruz respondeu também a todas as críticas feitas anteriormente pelo procurador João Aibéo quanto às palavras ditas pelo causídico sobre a sua pessoa e aos juízes do coletivo.

A sessão desta quinta-feira conta com a presença de apenas dois arguidos: Carlos Cruz e Carlos Silvino, este último na iminência de regressar à prisão após parte do acórdão da primeira instância ter já transitado em julgado.

Os crimes de Elvas estão a ser julgados de novo, depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decretado a nulidade do acórdão, na parte respeitante aos abusos cometidos na casa alentejana, conta a Lusa.

A leitura do acórdão da Casa Pia está marcada para dia 22 de Fevereeiro, às 14 horas.

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