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Casa Pia: advogado de Carlos Cruz acredita que haverá mais retratações

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Sá Fernandes diz que as declarações de Ilídio Marques são «uma lição para a Justiça para a sociedade»

O advogado do arguido Carlos Cruz afirmou disse esta sexta-feira que as declarações em tribunal da testemunha Ilídio Marques de que o processo Casa Pia é construído por mentiras vai desencadear outras retratações de vítimas e que o caso «não vai acabar».

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À saída da 8.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, onde decorreu esta sexta-feira mais uma sessão da repetição do julgamento dos alegados crimes da casa de Elvas, Ricardo Sá Fernandes referiu que as declarações de Ilídio Marques são «uma lição para a Justiça, para a sociedade», de acordo com a Lusa.

«A esta retração vão seguir-se outras retratrações. Este processo não vai parar. É uma certeza. A verdade é como o azeite, vem ao de cima. Se, depois do que este rapaz veio dizer, ficasse tudo na mesma, era uma vergonha para nós todos, para Justiça e para a cidadania. Se as declarações deste rapaz caiem em saco roto, então não temos Justiça».

O advogado disse que a retratação de Ilídio Marques, constituído assistente nesta repetição do julgamento referente à casa de Elvas, foi o «gesto mais importante» a que assistiu «em 34 anos de profissão».

Sá Fernandes reiterou que os factos «em Elvas e em relação a tudo o resto do processo» resultaram de «uma construção fantasiosa em que jornalistas, polícias e vitimas se alimentaram uns dos outros».

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«Dessa dinâmica nasceu este monstro!», referindo que as declarações de Ilídio Marques hoje e a 9 de novembro «não só são suficentes para absolver os arguidos em todo o processo, como reabrir a reflexão que a Justiça tem feito deste caso».

«Com o tempo descobre-se a verdade», diz Carlos Cruz

Carlos Cruz, condenado em primeira instância a sete anos de prisão, disse também à saída do tribunal que «com o tempo descobre-se a verdade».

O antigo apresentador de televisão observou que Ilídio Marques explicou a montagem do processo «de uma forma tão simples que custa a acreditar».

«A simplicidade é um conjunto de contágios sucessivos entre assistentes, Casa Pia, investigadores que acreditaram e também a Comunicação Social», declarou, referindo que «é um problema da consciência das vítimas» o facto de, oito anos após o início do julgamento do processo Casa Pia, estarem a revelar que mentiram para incriminar «pessoas inocentes».

Já Pedro Dias Ferreira, advogado oficioso de Carlos Silvino, afirmou que o processo Casa Pia «está numa encruzilhada».

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«A partir de agora, há dois caminhos, um deles tem de ser seguido. Ou os sujeitos intervenientes neste processo continuam com a tese que se tem vindo a defender ou então questionam novamente tudo», disse.

Os crimes sexuais de Elvas, alegadamente cometidos contra ex-alunos da Casa Pia, estão a ser julgados de novo, depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decretado a nulidade do acórdão na parte respeitante aos abusos cometidos na casa alentejana.

Em fevereiro, a Relação remeteu para a primeira instância a matéria relativa aos crimes cometidos em Elvas, que envolve os arguidos do processo Casa Pia Carlos Silvino, Hugo Marçal, Carlos Cruz e Gertrudes Nunes.

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