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Hospitais de Lisboa ocidental não usam Avastin desde 2008

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Porque não estava autorizado pelo Infarmed. Há pelo menos mais dois medicamentos para tratar a Degenerecência Macular da Idade

O Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) deixou de usar em Outubro 2008 o medicamento que terá agora causado cegueira a seis doentes no Hospital Santa Maria. Um procedimento diferente do que é utilizado no Centro Hospitalar de Lisboa Norte/CHLN. Contactado pelo tvi24.pt gabinete de imprensa do Santa Maria recusou-se a prestar mais esclarecimentos sobre a utilização deste medicamento.

Contactada pela Lusa, Maria João Pais, a directora clínica do CHLO, que integra os hospitais de Santa Cruz, São Francisco Xavier e Egas Moniz, indicou que aquele centro pediu a substituição do Avastin em Outubro de 2008 pelo Lucentis (nome comercial da substância activa ranibizumab).

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«Embora sendo produtos similares, o Avastin não estava aprovado pelo Infarmed para uso oftalmológico, pelo que se passou a usar o Lucentis quando este fármaco foi aprovado para tal fi, afirma, em resposta escrita.

Cegueira: Roche avisou para perigo

A mesma responsável explica que no «Serviço de Oftalmologia utilizou-se o Avastin até Outubro de 2008, data em que o Director do Serviço pediu ao Conselho de Administração e à Comissão de Farmácia e Terapêutica para suspender a sua utilização e passar a utilizar o Lucentis, por ser o único medicamento similar aprovado pelo Infarmed para uso oftalmológico».

Questionada sobre uma carta que a Roche, farmacêutica responsável pelo Avastin, enviou aos jornais, a directora clínica do CHLO recebeu a carta «em Fevereiro 2009, quando já tinha suspendido a utilização do Avastin em 2008, a pedido do Serviço de Oftalmologia».

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«O dinheiro não paga os olhos»

Também o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) anunciou esta quinta-feira que suspendeu a aplicação do Avastin. «Suspendemos a partir de hoje a aplicação do medicamento em causa até que tenhamos alguma informação sobre o que terá acontecido com os pacientes do Santa Maria, embora os pacientes continuem a ser tratados», adiantou a mesma fonte, remetendo para sexta-feira mais esclarecimentos sobre o assunto. O CHLC inclui os hospitais dos Capuchos, São José, Desterro, Santa Marta e Estefânia.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o Hospital Santa Maria considera que o medicamento suspeito de ter causado cegueira aos seis doentes era o único capaz de fazer face à Degenerecência Macular da Idade. «O racional da utilização deste medicamento nestas condições resulta da circunstância de que, até ao momento, não existe nenhum outro fármaco com aprovação para tratamento de situações clínicas de grande gravidade como aquelas em que o produto é utilizado e onde este tem provado grande eficácia, com baixa taxa de incidência de acções adversas».

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No entanto, existem pelo menos dois outros medicamentos específicos para o tratamento desta patologia. O Lucentis (nome comercial da substância ranibizumab, da Novartis e o Macugen (nome comercial da substância pegaptanib sódico), da Pfizer.

Uso do Avastin foi contra recomendações

A Agência Europeia do Medicamento considerou, esta quinta-feira, que o Hospital de Santa Maria actuou em desacordo com as recomendações relativas ao medicamento Avastin, segundo avança a Renascença que falou com a porta-voz da entidade.

Esta tarde, ministra da Saúde deslocou-se ao Hospital Santa Maria para visitar os seis doentes internados. Segundo informa o hospital em comunicado, o estado de saúde dos doentes mantém-se igual ao de ontem, ou seja, há melhorias em dois dos pacientes e estabilidade do quadro clínico em outros quatro, mantendo-se o acompanhamento clínico por equipa multidisciplinar.

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