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Maioria dos portugueses conhece pouco hepatite B

Estudo revela que seis em cada dez tem «comportamento inconsciente» em relação à doença

Seis em casa dez portugueses tem conhecimentos difusos sobre a hepatite B e demonstra um «comportamento inconsciente» no que diz respeito à sua prevenção, revela um estudo apresentado esta terça-feira no Porto, noticia a agência Lusa.

«Estamos a falar de uma infecção que atinge mais de 100 mil portugueses. É uma situação que coabita connosco», frisou o presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF), Guilherme Macedo.

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O estudo, que teve como objectivo avaliar o conhecimento geral dos portugueses em relação à hepatite B, foi realizado a nível nacional, em Outubro de 2009, através de 601 questionários telefónicos aleatórios.

«Tem-se a absoluta percepção de que a população questionada neste estudo tem algum conhecimento sobre a importância da hepatite B, embora exista alguma neblina em relação aos factores de contágio, factores de transmissão, formas de apresentação clínica e mecanismos de prevenção da doença», afirmou Guilherme Macedo.

Em conferência de imprensa, o presidente da APEF, sustentou que a investigação mostrou «desconhecimento da população portuguesa no que toca às formas de contágio e sintomas da hepatite B».

Revelou que 54 por cento dos portugueses desconhece os sintomas associados à doença e que três em cada dez portugueses não conhecem as formas de contágio da hepatite B.

«Erradamente, a saliva foi uma das formas de contágio mais referida, sendo apontada por 32,3 por cento das pessoas. O sangue e as relações sexuais vêm depois, referidas por 24,5 por cento e por 21,5 por cento dos inquiridos, respectivamente», conclui.

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Prevenção

No que diz respeito à prevenção, mais de metade dos inquiridos admitiu que não adopta, no dia a dia, qualquer medida preventiva face à doença. Apenas 11 por cento dos inquiridos nomeou espontaneamente a vacina enquanto forma de prevenção da hepatite B.

Quase 19 por cento dos portugueses disse já ter sido vacinado e 33 por cento admitiu vir a ser vacinado num futuro próximo.

«A vacinação é uma arma disponível para prevenir a doença. Está integrada no Plano Nacional de Vacinação, mas só desde há alguns anos e, portanto, em relação à população mais adulta claramente faz sentido haver uma proposta de vacinação», considerou Guilherme Macedo.

A investigação revelou ainda que, quando comparada com outras doenças, as hepatites tendem a ser desvalorizadas.

Para a maioria dos portugueses o cancro é a doença mais preocupante e aquela que lhes origina maior receio, seguido das gripes e da sida.

De um modo geral, a esmagadora maioria dos portugueses considera que os indivíduos que partilham seringas, as pessoas com historial de doenças sexualmente transmissíveis e com parceiros sexuais com hepatite B, constituem os grupos de maior risco para contrair a doença.

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«São os que têm maior probabilidade, mas não são exclusivos», alertou o presidente da APEF, referindo que em muitos casos, o vírus não é adquirido na fase adulta, mas sim «numa fase precoce, num momento de convívio com alguém infectado».

Verificou-se ainda que 27,5 por cento dos portugueses tem «uma atitude despreocupada», pois embora conhecedores da gravidade da hepatite B, demonstram «elevada indisponibilidade» à prevenção.

A divulgação do estudo é uma das actividades inseridas nas comemorações do Dia Mundial das Hepatites, que se comemora quarta-feira.

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