Quase meio milhão de portugueses aguarda uma primeira consulta hospitalar, dos quais 120 mil esperam por uma consulta de oftalmologia, tempos que a ministra da Saúde considerou esta terça-feira «inaceitáveis» alguns casos, noticia a Lusa.
Ana Jorge, que falava pela primeira vez como ministra da Saúde perante os deputados da Comissão Parlamentar de Saúde, avançou estes números no discurso com que apresentou o trabalho que o Governo está a desenvolver no sector.
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A ministra congratulou-se com o aumento do número de consultas externas nos hospitais, que passou de 8,386 milhões em 2005 para 9,279 milhões em 2007.
«É preciso reabrir a urgência»
Uma evolução «favorável» que não foi suficiente para acompanhar o aumento da procura, conforme reconheceu Ana Jorge.
De acordo com uma recente auditoria da Inspecção-Geral das Actividades de Saúde (IGAS), estima-se em 474 mil o número de primeiras consultas em espera nos hospitais públicos. Destes doentes, mais de um quarto (mais de 120 mil) aguardam por uma consulta de oftalmologia.
Esta realidade levou à constituição de uma comissão de peritos que deverá apresentar medidas num relatório que deverá estar concluído nas próximas semanas.
Neste primeiro discurso perante a Comissão Parlamentar de Saúde, Ana Jorge reiterou o empenho do Governo nas Unidades de Saúde Familiar para melhorar o acesso aos cuidados de saúde primários, garantindo que, até ao final deste ano, deverão estar criadas 150 e mais 100 até 2009.
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Outra aposta deste executivo, lembrada por Ana Jorge, refere-se aos cuidados continuados integrados, tendo a ministra referido que até Março de 2008 foram celebrados 110 acordos, num total 1.921 camas já em funcionamento.
As medidas nesta área permitiram o apoio a 8.203 cidadãos, um número que fica muito aquém das 162.860 pessoas que o Instituo Nacional de Estatística estima necessitarem de cuidados continuados integrados.
O mesmo instituto prevê que em 2010 existam 181.219 pessoas a precisar destes cuidados.
Ana Jorge indicou ainda que existem 198 mil inscritos para cirurgia (menos 18 por cento do que no final de 2005) e que a mediana do tempo de espera é agora de 4,3 meses. Em 2007 foram realizadas 403 cirurgias.
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