A Câmara de Gaia anunciou que despejará os moradores de Perosinho que tenham armas ilegais em casa ou que tenham celebrado a passagem de ano disparando tiros, depois da morte de um jovem do bairro atingido com uma bala na passada madrugada.
«Não aceitamos que alguém tenha armas em casas sociais camarárias e revele comportamentos anti-sociais. Seja a morte do jovem acidental, ou não, é intolerável o que aconteceu», disse o vice-presidente da Câmara Municipal, Marco António Costa.
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«Isto não é o faroeste», comentou, em declarações à Lusa.
O autarca, que é também presidente da Gaia Social, empresa municipal que gere os bairros sociais do concelho, confirmou a abertura de um inquérito ao sucedido e disse ter pedido à Polícia Judiciária «urgência» na investigação do caso.
Adiantou que os eventuais despejos serão feitos a partir da conjugação de resultados da investigação policial e do inquérito autárquico.
«Este é tipicamente um caso de polícia, mas a nós, autarquia, cabe velar pelo bom comportamento social e cívico dos nossos inquilinos», frisou o autarca.
Marco António Costa disse também que o ambiente social neste e noutros bairros de Gaia «é pacífico» e que esta situação «é a excepção que confirma a regra».
Ainda segundo o autarca, a empresa Gaia Social mobilizou um psicólogo para apoio à família da vítima mortal e vai auxiliar na organização do funeral.
Ricardo Filipe Cunha, 23 anos, morreu esta terça-feira a caminho do Hospital Santos Silva, em Gaia, depois de ser atingido por um tiro de « shot-gun na praceta do bairro social de Perosinho.
O incidente ocorreu cerca das 00h05 e, segundo vizinhos, a arma disparou acidentalmente, quando se encontrava pousada num banco de jardim.
A arma tinha sido usada em disparos «para o ar» que os moradores disseram serem uma forma habitual de ali se assinalar a passagem de ano.
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