[última actualização às 13h55]
Um jovem de 23 anos, Ricardo Filipe Cunha, foi baleado com uma arma shot-gun, ao princípio da madrugada desta terça-feira, em Perosinho, Gaia, noticia a agência Lusa.
PUB
Vizinhos do jovem disseram, entretanto, à agência Lusa que a arma disparou acidentalmente e garantiram ser habitual festejarem ali a passagem de ano «aos tiros para o ar».
O caso ocorreu cerca das 00h05 na praceta do Bairro B nº 1 de Perosinho, um empreendimento social gerido pela empresa municipal Gaia Social.
Segundo informações recolhidas pelo Portugal Diário, o jovem encontrava-se junto ao campo de futebol daquela localidade quando foi baleado. De acordo com fonte da GNR, não têm sido conhecidos outros casos de morte com recurso a shot-gun, «apenas alguns assaltos».
Padrasto diz que foi acidente
A tese do disparo acidental foi defendida pelo padrasto da vítima, que disse apenas chamar-se Raul. «Ele estava a festejar com uns amigos e a arma disparou-se acidentalmente», afirmou.
César Machado, outro dos moradores, contou que a arma se encontrava pousada num banco de jardim, tendo disparado por acidente.
«Dispararam-se vários tiros para festejar o ano novo e, depois, alguém pousou a arma no banco, que se disparou sozinha. Foi um acidente», afirmou César, que disse desconhecer a quem pertencia a shot-gun que causou a morte a Ricardo Filipe.
PUB
«Toda a gente aqui sabe que foi acidente», insistiu, queixando-se que a ambulância só chegou ao local 32 minutos após o disparo.
«A própria GNR chegou primeiro», afirmou.
Teresa Silva, outra vizinha da vítima mortal, disse que estava ausente do bairro no momento em que ocorreu o disparo, mas assegurou que ali «sempre se festejou o Ano Novo com tiros para o ar». «E nunca houve nenhum acidente», sublinhou.
Gaia Social abre inquérito
A empresa Gaia Social anunciou, entretanto, que vai abrir um inquérito ao sucedido. O administrador Silvano Teixeira garantiu à Lusa que a empresa nunca soube de festejos com recurso a armas de fogo nos bairros que administra, «nem pode consentir que tal aconteça».
«Festejar a passagem de ano a tiro não passa pela cabeça de ninguém», acrescentou Silvano Teixeira.
O bairro onde ocorreu este caso foi construído há seis anos e é habitado por cerca de setecentas pessoas.
O caso foi entregue à Polícia Judiciária. Contactada pelo Portugal Diário, não foram prestados quaisquer esclarecimentos.
PUB