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Casa Pia: Ferreira Diniz ligou a Ritto?

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Juíza encontrou três registos de chamadas, em 2001, entre o consultório do médico e o ex-embaixador. Diniz «nega»

Artigo actualizado às 18h21

O médico Ferreira Diniz, um dos sete arguidos no mega-processo da Casa Pia, voltou a prestar declarações esta sexta-feira em tribunal. A decisão foi tomada após Ana Peres, a magistrada que preside ao colectivo de juízes, ter encontrado três registos de chamadas, em 2001, entre o consultório do clínico e o ex-embaixador Jorge Ritto. Recorde-se que «escândalo» de pedofilia tornou-se público em 2002.

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Ferreira Diniz «jurou», em sede de audiência, que antes do processo e da sua prisão preventiva «não conhecia, nem nunca tinha falado» com o ex-diplomata, «de forma directa ou indirecta».

Para justificar os registos encontrados, o clínico colocou duas hipóteses: «Um lapso da conversão dos dados da TMN para um ficheiro em excel» ou «um utente da sua clínica» realizou a chamada.

Os números que constam dos três registos «são de telemóveis». Um pertence a Jorge Ritto e o outro está «ligado» à clínica de Ferreira Diniz, mas «não é o seu número pessoal», fez questão de frisar. Mas a central telefónica do consultório funciona com cartões móveis.

«Posso jurar que não fui eu»

No início das suas declarações Ferreira Diniz, conhecido como «o médico do Ferrari», reafirmou «as declarações» anteriormente prestadas em tribunal, «que não conhecia, nem nunca tinha falado» com Jorge Ritto, antes do processo. A dada altura usou a expressão: «Posso mesmo jurar que isso nunca existiu».

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Foi o próprio arguido que descreveu os registos, «todos eles realizados na mesma tarde e no mesmo dia», 9 de Abril de 2001. «Um registo de zero segundos; outro de 48 segundos e, um último, de 114 segundos».

Após a primeira chamada telefónica de zero segundos, há um retorno do número do ex-embaixador. «Talvez tivessem dado um "toque"», para ligar de volta, «é algo que acontece muito», justificou.

Pediu ajuda a um informático

Depois de saber da descoberta dos registos, Ferreira Diniz consultou os CDs que continham a informação, no processo, e solicitou o acesso aos «originais». Mais tarde a TMN enviou oito CDs.

De acordo com o médico, a informação constante no processo e a que, depois, foi remetida pela operadora não era «coincidente». Até porque, no mesmo documento em excel, do processo, constavam mais de 23 mil chamadas de 2006, quando os dados se deveriam resumir a 2003. E confessou, que nunca analisou a informação «porque sabia que nunca» tinha falado com os restantes arguidos.

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Assumiu ainda que tinha dúvidas «sobre a autenticidade dos dados», acrescentando que ou as chamadas «não existiram» ou resultam «de sistemas de análise baralhados».

Para si, a hipótese mais credível é: «Foram retirados ficheiros dos arquivos da TMN, pode ter havido alteração do plano nacional de numeração e daí, inadvertidamente, a introdução de dados errados».

«Estavam destruídos»

Já no final da sessão, acrescentou aos jornalistas, que «a TMN o tinha informado que os registos de 2001 tinham sido destruídos».

Ainda no decorrer da audiência, o clínico também admitiu que o «seu afilhado», ex-casapiano, utilizava muitos dos seus números de telefone. «Eram pacotes de mil minutos, que davam direito a 10/15 cartões de telemóveis». Uma espécie de central telefónica, que utilizou no primeiro consultório e «reforçou» quando abriu a clínica nova.

A próxima sessão do julgamento ficou marcada para dia 23 de Outubro, às 14h30.

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