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Menos de 1% dos processos iniciados em Portugal por tráfico de pessoas, entre 2007 e 2013, resultaram em condenação e cerca de 70% foram arquivados, revela um estudo da Universidade do Minho divulgado esta quinta-feira.
O Estudo de avaliação da tramitação criminal do crime de Tráfico de Pessoas, apresentado no seminário internacional "Novos (velhos?) desafios no combate ao Tráfico de Seres Humanos", que está a decorrer em Lisboa, visou analisar os fatores que contribuem para as reduzidas taxas de condenação por tráfico de pessoas, uma realidade internacional.
Foram analisados os fatores que contribuíram para os casos em que houve condenação, arquivamento e condenação por crimes conexos com base em dois estudos, um de análise documental de processos judiciais e outro baseado no discurso dos magistrados e dos órgãos de polícia criminal, explicou à agência Lusa a investigadora Marlene Matos.
De 328 processos, 234 foram arquivados“Ao nível da tramitação criminal, a maioria dos processos que se inicia em Portugal por tráfico de pessoas não resulta em condenação”, lamentou a investigadora.
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“Há um reconhecimento que a legislação atual é bastante inclusiva e bastante abrangente, que está de acordo com as recomendações internacionais, mas continua a suscitar dificuldades, nomeadamente na competição aparente com crimes conexos”, disse Marlene Matos.
Investigadores defendem mais formação da PJ e do SEFDeu como exemplo o facto de “as fronteiras entre o tráfico humano, o lenocínio e o auxílio à imigração ilegal serem muito ambíguas”, tornando difícil o seu reconhecimento.
“É muito notório nos dois estudos que essa proteção não está a ser feita da forma como recomendam os documentos internacionais, nomeadamente o GRETA, publicado em 2013”, salientou a investigadora.
Para Marlene Matos, “a proteção às vítimas tem de ser maior, mais eficiente e mais capaz” para que possam participar nos “processos de tramitação criminal de forma segura”.
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