O Tribunal de Braga suspendeu esta quinta-feira o julgamento de uma mulher que confessou ter assassinado em Agosto de 2007 o marido, com seis tiros, por alegadamente ser maltratada.
O Colectivo de Juízes da Vara Mista atendeu a um pedido do advogado de defesa, Miguel Santos, para que seja feito um exame do foro psiquiátrico à arguida, tendo marcado nova sessão do julgamento para 12 de Fevereiro.
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Nas suas declarações ao Tribunal, Maria Manuela Coutinho Maia Silva, de 40 anos, que é acusada de homicídio qualificado, assumiu o assassínio afirmando que foi resultado dos «maus tratos» de que foi alvo durante 20 anos por parte da vítima.
A arguida, que residia em Montélios, arredores de Braga, antes de ficar no regime de prisão preventiva, argumentou que, menos de dois anos após se terem casado, o marido a obrigou a praticar sexo anal, causando-lhe ferimentos.
Disse também que o pai dos seus dois filhos, Teófilo Pereira Silva Brito, «tinha um comportamento libertino, levando as amantes para a garagem», e convidando-a a assistir aos seus actos sexuais adúlteros.
A arguida referiu ter sido «humilhada durante toda a vida que viveram juntos» e explicou os seis tiros de revólver que descarregou na vítima com o facto de andar «desvairada» com o seu comportamento.
O Tribunal ouviu, em seguida, a psiquiatra Luísa Silva, que considerou que a arguida «é doente, tem sofrimento psíquico», neurose obsessiva e compulsiva.
O Colectivo acabou por interromper a audiência para que seja pedido, com urgência, ao Hospital de São Marcos uma perícia psiquiátrica à personalidade da arguida.
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