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Acidentes mortais nos jovens motards crescem 75 por cento

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Números «preocupantes» podem estar relacionados com alteração legal que permite aos condutores de automóveis guiarem motas até 125 cc

O número de motards, entre os 25 e os 29 anos, que morreram este ano em acidentes na estrada cresceu 75 por cento. O aumento nos acidentes mortais com motas é transversal a outras faixas etárias - cerca de nove por cento em relação a 2009 (dados de Janeiro a Setembro). Uma subida «preocupante» que leva a GNR a não descartar para já uma relação com a recente alteração legal que permite aos condutores de veículos automóveis conduzirem motas com cilindrada até aos 125 cc.

Segundo os dados oficiais da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), disponíveis apenas de Janeiro a Setembro deste ano, morreram 21 jovens em acidentes com motas, contra os 12 registados no ano passado, em igual período. Na faixa etária seguinte, dos 30 - 34 anos, há também um aumento, ainda que menor: mais três mortos, ou seja, cerca de 17 por cento. Um valor que volta a subir entre os 50 e os 54 anos, com nove mortes, o que se traduz num aumento exponencial de 125 por cento.

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«Nos motociclos há um aumento preocupante de mortes nas faixas etárias 25-29 anos e 30-34 anos», adiantou ao tvi24.pt João Dias, professor no Instituto Superior Técnico, especialista em acidentes rodoviários.

Questionado sobre as causas deste aumento, João Dias, cujo tese de doutoramente estuda em profundidade os acidentes rodoviários, aponta baterias às autoridades. «Sem fiscalização um condutor tem tendência a transgredir mais. Desde a extinção da Brigada de Trânsito que era quase garantido que a sinistralidade ia aumentar».

Desde Agosto de 2009 que os condutores de automóveis ligeiros ficaram habilitados a conduzir motociclos da categoria A-1, isto é, de cilindrada não superior a 125cc e potência limitada a 15 cavalos. Uma alteração legal que, para este especialista, não estará relacionada com o aumento de acidentes fatais com motas. «São precisos mais dados», salientou.

Também o perito da GNR em acidentes rodoviários, tenente-coronel Leal, recusou associar para já a alteração legal ao aumento de número de motards falecidos na estrada, mas admite uma possível relação: Essa poderá ser uma questão a deixar em aberto».

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Crianças vítimas de acidentes com scooters

As mortes de motards não são as únicas a registar uma subida nos acidentes com veículos de duas rodas. Em 2010, houve mais mortes e mais feridos até aos 14 anos em acidentes com ciclomotores.

A GNR aponta como causa o aumento de transporte de crianças em veículos de duas rodas, mas mais uma vez uma alegada «falta de fiscalização» aparece como motivo.

No período de Janeiro a Setembro de 2010 houve 59 crianças (até aos 14 anos) vítimas de acidentes com ciclomotores e motociclos, duas das quais morreram. Um acréscimo de 30 por cento relativamente ao mesmo período de 2009, ano em que 45 crianças foram acidentadas por veículos de duas rodas.

Em declarações ao tvi24.pt, Manuel João Ramos, presidente da ACAM (Associação de cidadãos auto-mobilizados), aponta como causa para este aumento a falta de controlo das autoridades. «A fiscalização não está a funcionar e as pessoas têm a percepção disso e conduzem com velocidade excessiva», explicou o presidente da associação, arriscando ainda uma outra causa; o «que também pode estar a acontecer é que haja mais miúdos a conduzir sem carta».

A GNR não quis comentar os dados da ANSR, mas aponta como causa, para o aumento de vítimas infantis nos acidentes com motas de baixa cilindrada, o facto de provavelmente existirem mais crianças a serem transportadas pelos pais num veículo onde não existe cinto de segurança. «A sinistralidade rodoviária é um dos problemas mais graves do país», afirmou o tenente coronel Leal, ao tvi24.pt.

Apesar de ainda não estarem discriminados dados de 2010, se verificarmos os dados de 2009, podemos observar que 64 por cento das crianças que foram vítimas de acidentes eram passageiras.

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