O presidente da Associação Juízes pela Cidadania, Rui Rangel, acusou o primeiro-ministro de desprestigiar a Justiça e responsabilizou o poder político pela degradação do sector em Portugal, avança a Lusa.
«O poder político é o maior responsável pelo estado da Justiça em Portugal», sustentou Rui Rangel.
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Na opinião do juiz, a morosidade dos processos e a «má qualidade» da legislação produzida em Portugal contribuem para o estado das coisas, mas sobretudo descredibilizam o «novo discurso político introduzido pelo anterior Governo de que é preciso quebrar a espinha às corporações».
Trata-se de «um discurso de desprestígio para atingir determinadas finalidades, um discurso novo trazido por José Sócrates de colisão permanente com as classes destinatárias», como já aconteceu com os professores e com os médicos, afirmou.
«Isto não é fazer reformas, é desprestigiar, quando o nível de confiança dos portugueses já era baixo relativamente às classes», acrescentou.
Numa alusão a julgamentos mediáticos, Rui Rangel criticou a existência de uma «má legislação que resolve parte dos casos concretos».
«As leis não são perfeitas, mas o mal não está nas leis, está nos magistrados. Se fossem bons, fariam uma boa justiça, mesmo com más leis. O mau magistrado mesmo com leis divinas não faz boa justiça», defendeu.
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