As comissões de utentes contra as portagens nas auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT) vão agendar «protestos mais contundentes» contra o Governo que pretende cobrar portagens naquelas vias, adianta a Lusa.
Esta quinta-feira, o Governo aprovou um conjunto de decretos que visam rever as bases de concessão das auto-estradas sem custos para o utilizador, envolvendo as três em que se prevê a instalação e cobrança de portagens.
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José Rui Ferreira, porta-voz das comissões, não se mostrou preocupado com esta aprovação, porque «faz parte do edifício legal do modelo de concessões», mas falta ainda «regulamentar o sistema de cobranças e se se vão mesmo cobrar essas vias».
O porta-voz sublinhou que «as SCUT deverão permanecer como vias sem portagens, enquanto estejam localizadas em regiões cujos indicadores de desenvolvimento socioeconómico sejam inferiores à média nacional e não existam vias alternativas».
Uma marcha lenta de protesto vai ser o próximo passo da contestação à decisão do Governo. «Não podemos, de forma alguma, aceitar que o Alto Minho em particular, e o norte em geral, continuem a ser prejudicados», afirmou Jorge Passos, do movimento «Naturalmente, não às portagens na A28».
De acordo com o activista, a marcha lenta deverá abranger os utentes das SCUT Norte Litoral, Costa de Prata e Grande Porto.
A luta contra as portagens na A29 e na A17 também não vai abrandar. «Somos frontalmente contra a introdução de portagens em duas auto-estradas onde não existe alternativa», afirmou Miguel Bento, membro da Comissão de Utentes Contra as Portagens na A29 e na A17.
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Miguel Bento garantiu que a Comissão vai reunir-se rapidamente para estudar as decisões anunciadas hoje em Conselho de Ministros e para preparar novas formas de luta, sustentando que a A129 e A17 são vitais para o crescimento da economia e que não existem alternativas.
Lutar «com mais força»
Entretanto, o porta-voz do movimento contra as portagens nas duas SCUT que servem o Vale do Sousa (A41 e 42) garantiu à Lusa que os utentes vão continuar a «sua luta ainda com mais força».
«O que o Governo fez só nos dá mais força para continuarmos a lutar contra uma injustiça», afirmou Gonçalo Oliveira.
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