O Ministério Público avançou com uma acusação de associação criminosa no caso do processo conhecido por «Remédio Santo». A TVI sabe que vários médicos confessaram que recebiam dinheiro para passar receitas falsas e que uma só farmácia lesou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em mais de meio milhão de euros.
A Polícia Judiciária (PJ) continua a tentar desmantelar outros tentáculos do «polvo» do SNS, mas já há a primeira acusação: seis médicos, sete delegados de informação médica, dois farmacêuticos, armazenistas e familiares são acusados de associação criminosa. Usaram receitas falsas para sacar quatro milhões de euros ao SNS, sustenta o DCIAP, departamento central do Ministério Público.
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Vários médicos confessaram ter passado receitas falsas a troco de dinheiro, confrontados que foram com escutas e fotografias das entregas de envelopes recolhidas pela polícia. Há outras investigações em curso, com prova recolhida que poderá levar centenas de outros médicos a julgamento.
Os doentes desconheciam que o seu nome era usado nas receitas e muitas foram passadas em nome de pessoas já falecidas.
Só uma farmácia, de seu nome Vitis, é acusada de ter contribuído para um prejuízo de 537 mil euros ao serviço nacional de saúde.
A mesma embalagem de um medicamento, sem sair das farmácias, era usada várias vezes para sacar a comparticipação do Estado. Milhares de medicamentos foram desviados para exportações ilegais.
Burla qualificada e falsificação de receitas são os outros crimes imputados aos 18 arguidos. Um médico e um chefe de vendas da Bial à época dos factos encontram-se presos preventivamente. Há mais oito arguidos detidos em casa, com pulseira eletrónica.
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