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Professora agredida por aluna

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Vídeo: aluna reagiu mal quando a professora lhe retirou o telemóvel durante uma aula. Não obedeceu às ordens e usou da força. Colega filmou e colocou vídeo no Youtube. Escola já abriu processo de averiguações Investigadora diz que «professores são as novas vítimas do bullying»

«É um caso entre tantos outros. Não é a primeira, nem a última vez», comenta Abel Macedo, do Sindicato dos Professores do Norte. O vídeo de violência de uma aluna contra a professora de francês, numa sala de aula da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, terá sido filmado por uma das adolescentes do 9ºC e colocado no Youtube a 13 de Março, passando depois de e-mail em e-mail.

O PortugalDiário publica o filme, mas com a devida reserva de identidade, descaracterizando a imagem da menor envolvida. Clique no ícone de vídeo.

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Até que chegou ao conhecimento da escola e do próprio Ministério da Educação. A informação foi confirmada ao PortugalDiário. «Tomámos conhecimento do vídeo nesta quinta-feira e ordenámos de imediato um processo de averiguações», referiu fonte oficial da escola, enquanto a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) assumiu uma postura similar, dizendo ter informado o executivo, aguardando agora pelos resultados do inquérito.

No vídeo é possível ver uma aluna a insistir com a professora para lhe dar o telemóvel, que lhe tinha sido retirado momentos antes. O conflito vai crescendo, com a jovem a insistir no contacto físico com a docente de francês, que não quer devolver o aparelho. Só passado cerca de um minuto é que outros alunos se aproximam, tentando separar as duas pessoas, mas sem resultado. A adolescente acaba por conseguir ficar com o telemóvel, retirando-o à força.

Entretanto, uma mãe preocupada contactou a DREN por e-mail, alertando para a existência deste vídeo, e recebeu como resposta as mesmas palavras proferidas aos jornalistas, mas com um pormenor: «Vamos proceder à retirada do filme do portal YouTube por violação do direito à imagem».

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O vídeo original foi, de facto, retirado, mas já está novamente no portal, colocado por outro utilizador.

«Ministério tem culpa»

Casos de violência no interior de uma sala de aula não são virgens, mas a existência de um vídeo serve de alerta social. No entender do Sindicato dos Professores do Norte, afecto à Fenprof, trata-se de uma situação que surge na sequência das políticas do actual Governo.

«Tomámos conhecimento deste vídeo hoje de manhã, mas não nos surpreende, porque sabemos de muitos casos assim. Infelizmente, porém, há muitos que nunca são denunciados. Trata-se de uma situação cada vez mais preocupante e que tem vindo a acentuar-se nos últimos tempos, porque existe uma grande desautorização dos professores. Vemos os alunos a tratarem a professora por tu, não existe respeito», considera Abel Macedo, lançando um ataque concreto:

«Como não existe respeito por parte do Ministério da Educação em relação aos professores, esse sentimento passa para os outros e, neste caso, para os alunos. É preciso ter muito cuidado, porque situações destas podem escalar para situações de maior violência».

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«Novas vítimas do bullying»

O bullying, a violência na escola que atingia crianças e jovens, está agora a aterrorizar os professores, afirmou Maria Beatriz Pereira, investigadora e autora de várias obras sobre a violência escolar.

«Os professores são as novas vítimas do bullying», sustentou, em declarações à Lusa, a investigadora que é docente da Universidade do Minho (UM) e presidente da Comissão Directiva e Cientifica de Doutoramento em Estudos da Crianças.

«Tenho acompanhado casos em que os professores esperam ansiosamente que o ano escolar termine», referiu à margem do Fórum Educação para a Saúde. «Os professores têm dificuldade em controlar os alunos, não conseguem incentivá-los e ficam cada vez mais desmotivados», frisou Maria Beatriz Pereira, acrescentando: «Nos casos que acompanho, os professores são constantemente denegridos, rebaixados e humilhados pelos alunos».

Como «defesa», admitiu, os professores pouco podem fazer: «Apresentam queixa no conselho executivo, as crianças podem ou não ser suspensas, os pais são chamados à escola e pouco mais»

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