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30% dos jovens consideram "normal" a violência psicológica

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Estudo feito em três dezenas de escolas do Porto, a adolescentes com idade média de 13 anos, revela casos de violência no namoro: “Mais de 40% dos rapazes inquiridos consideram que é legítimo pressionar para beijar e 31% considera natural pressionar para ter relações sexuais”

De acordo com os dados 7% dos inquiridos já sofreram de abuso físico e 2% admitiu já ter sido forçado a ter relações sexuais. Segundo a responsável, “26% dos rapazes acha normal proibir a sua companheira de sair com outros amigos. Entre as raparigas a percentagem é de 11%, o que também é relevante. Ou seja, estes jovens acham que porque se namora pode-se forçar a outra pessoa a fazer o que não quer”. No que toca ao comportamento que os jovens assumiram depois do episódio violento, 8% diz não ter dado importância e 12% diz acabar por perdoar o agressor. Apenas 4% referiu ter recorrido a outras pessoas para pedir ajuda. No âmbito deste projeto, está também a ser realizado um trabalho com jovens que pelo seu comportamento são considerados “eventuais futuros agressores”.

Um estudo realizado em 32 escolas do distrito do Porto, envolvendo 456 jovens, com idade média de 13 anos, revelou que a maior parte da violência exercida nas relações de intimidade é de índole psicológica.

O trabalho insere-se no projeto Artways – Políticas Educativas e de Formação contra a Violência e Delinquência Juvenil, da UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu e gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian.

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“Ao nível da legitimação, mostra-se alarmante o facto de 27% dos inquiridos considerarem normal a violência psicológica e 13% considerarem normal a violência física. Isto é muito preocupante porque estamos a falar de uma idade que vai desde 11 até aos 18 anos”, afirmou Maria José Magalhães, presidente da UMAR.

“Mais de 40% dos rapazes inquiridos consideram que é legítimo pressionar para beijar e 31% considera natural pressionar para ter relações sexuais”, sublinhou Maria José Magalhães.

“Também os rapazes estão em maior número a considerar como naturais a violência física, assim como as ameaças, a humilhação e a proibição de vestir peças de roupa. Mas, neste último aspeto, as raparigas também estão representadas, 30% considerou normal controlar a forma de vestir dos outros”, acrescentou.

São dados, que segundo a presidente da UMAR, demonstram “a importância de uma intervenção junto dos jovens no sentido de desconstruir a ideia de que o namorado(a) é da sua posse e que faz com aquela pessoa o que quiser, porque ela é sua”.

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“Noções de respeito pela privacidade, de respeito no aspeto físico, psicológico e social da outra pessoa são coisas que não estão a ser ensinadas aos jovens. E esta cultura de que o amor é cego, de que o amor significa posse, de que a paixão é irracional e de que as pessoas podem fazer o que quiserem com o outro é, para nós, a cultura de base do femicídio, da violência doméstica, da falta de respeito pelos direitos humanos em geral”, sublinhou.

“O nosso trabalho de prevenção da delinquência junto de eventuais futuros perpetradores de violência é feito muito devagar, mas tentando que elas e eles sejam mais ativos nessa prevenção”, disse, referindo que há casos que têm sido sinalizados às comissões de proteção de crianças e jovens e a centros de atendimento a vítimas de violência doméstica, “com muito cuidado, com muita confidencialidade e com muito apoio”, cita a Lusa.

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