O movimento Também somos portugueses e o Comité Cívico Português do Reino Unido exigem um inquérito à forma como decorreram as legislativas, criticando a anulação dos votos dos emigrantes.
A percentagem de votos dos emigrantes nulos (22,33%) foi uma das surpresas da contagem dos votos dos emigrantes, concluída quinta-feira.
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Foram anulados 35.331 boletins, de um total de 158.252 boletins recebidos de emigrantes portugueses.
“Como se pode, em simultâneo, lamentar a abstenção e ter um sistema eleitoral em que 22 % dos votos são anulados por razões técnicas?”, questionam os dois movimentos.
Para o movimento Também somos portugueses e o Comité Cívico Português do Reino Unido, “não se trata de votos nulos no sentido mais habitual do termo, que é um voto de protesto”, mas antes, “na sua esmagadora maioria, de votos validamente expressos, manifestando escolhas legítimas de cidadãos eleitores portugueses, mas que foram desconsiderados, por exemplo, por faltar a cópia do cartão de cidadão”.
As organizações de emigrantes portugueses exigem a realização de um “inquérito ao modo como decorreram estas eleições e que sejam feitas alterações para melhorar a votação em eleições futuras”.
Ainda sobre esta matéria, defendem uma experiência piloto de voto pela internet como um possível meio de evitar os problemas do voto postal.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros português admitiu em Paris que há "muitas coisas ainda a aperfeiçoar" no voto por correspondência dos cerca de 1,4 milhões de votantes portugueses que residem no estrangeiro.
Após várias queixas das comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo e com os votos da emigração contados, Augusto Santos Silva considerou que existem problemas que podem ser ultrapassados.
"Pensamos aperfeiçoá-lo. A Assembleia da República vai também certamente fazer a avaliação. [...] O número de eleitores passou para 1,4 milhões e em termos de votos, isso significou cinco vezes mais votos nestas eleições do que tinha ocorrido nas eleições anteriores, que é um resultado notável”, mas “há muitas coisas ainda a aperfeiçoar", admitiu Augusto Santos Silva em declarações aos jornalistas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português esteve esta manhã presente no colóquio sobre o centenário da língua portuguesa que se realiza esta sexta-feira e sábado na universidade Sorbonne, em Paris.
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Em resposta aos jornalistas, Augusto Santos Silva enumerou ainda alguns dos problemas sentidos pelas comunidades portuguesas.
"Nalguns países, incluindo os Estados Unidos, o facto de, em obediência à União Postal Internacional, a referência ao porte pago estar em francês colocou dificuldades porque não estava em inglês. Também verificámos que os boletins de votos que foram expedidos chegaram mais tarde do que supúnhamos a países como o Brasil, porque houve problemas de natureza sindical. Na África do Sul foi ao contrário, foi a expedição de lá para cá. Tudo isto são questões técnicas que são facilmente aperfeiçoáveis", enumerou.
O ministro foi reconduzido no cargo antes da contagem total dos votos. Após a contabilidade dos resultados nos círculos da emigração, Santos Silva soube que foi também eleito deputado, já depois de o PS ter sido convidado a formar governo.
"Porque é que nós em Portugal temos esta décalage? Porque, para que os votos por correspondência possam chegar, damos um intervalo de 10 dias a partir da data das eleições para receber os votos da emigração. Esse intervalo acabou dia 16. [...] Os deputados reúnem por direito próprio na terça-feira e um dia depois tomam posse pelo Governo. É um perfeito ritual democrático, inteiramente legítimo", indicou o governante,
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