O cientista que fez questão de dar boas notícias sobre o SARS-CoV-2 continua otimista, mesmo depois de ter revisto a sua análise sobre o novo coronavírus, que correu mundo e tornou-se, também ela, viral.
Quando a 6 de março publicou o seu artigo "Dez boas notícias sobre o coronavírus" no site The Conversation, o microbiólogo espanhol Ignacio López-Goñi não imaginava que mais de 21 milhões de pessoas pudessem lê-lo.
PUB
Então, o único objetivo deste professor da Universidade de Navarra era escrever um texto científico que tranquilizasse a opinião pública sobre um vírus altamente contagioso, que não excluía ninguém.
Quando o fez a Espanha estava, ainda, longe de imaginar que se tornaria no terceiro país do mundo com mais óbitos e o segundo com mais contágios. Mas, em entrevista à BBC, apesar de reconhecer que muito mudou desde o seu artigo viral, acredita que não há razões para perder o otimismo.
Mas vamos primeiro a um resumo das dez boas notícias que Ignacio López-Goñi começou a escrever ainda em fevereiro.
PUB
É verdade que, quando escrevi, a situação em Espanha não era como a de agora e praticamente 98% dos casos ocorriam na China. (...) É muito mais sério do que pensávamos quando escrevi o artigo", admitiu Ignacio López-Goñi, em entrevista recente à BBC.
O microbiólogo reconhece que, então, "não sabia de tudo que nos aconteceria", porque "a maioria das informações que a comunidade internacional tinha, naquele momento, vinha da China".
A China adotou medidas draconianas, e pensávamos que o vírus nunca chegaria aos nossos países. Pensei que seria um problema contido na China, como havia acontecido com outros vírus, como o SARS e o MERS. Acho que todos, eu em primeiro lugar, éramos um pouco incrédulos e pecámos por ser incrédulos, admito."
No entanto, defendeu que "as boas notícias continuam a ser tão necessárias ou inclusive até mais do que eram há um mês", quando as escreveu.
PUB
Até porque, sublinhou, "a ciência nunca esteve tão bem preparada como agora para combater um problema como este".
A Covid-19 causou, até ao momento, perto de 127 mil mortos e mais de 2 milhões de infetados em todo o mundo.
Espanha é o segundo país do mundo mais afetado em termos de contágios e o terceiro, a seguir a Estados Unidos e Itália, no que respeita a vítimas mortais.
PUB