Quando Júlio Verne escreveu a obra, há mais de cem anos, dificilmente imaginaria que os seus maiores fãs iriam fazer com que o livro desse, literalmente, «A volta ao mundo em 80 dias». Foi esta a ideia de Frederico Jácome, o português que tornou possível esta iniciativa, com a ajuda da Internet.
«Em 2008, comemorou-se o 180º aniversário do nascimento de Júlio Verne e esta é a nossa homenagem ao escritor, que terá mesmo dito que gostava de ter dado a volta ao mundo em 80 dias. Como isso já não podemos fazer, tivemos a ideia de fazê-lo com um livro», contou Frederico ao PortugalDiário.
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Phileas Fogg - a personagem principal da obra - partiu de Londres a 2 de Outubro de 1872. Já esta edição do livro, em língua portuguesa, partiu da cidade do Porto no dia 30 de Outubro de 2008.
Internet «fundamental» na viagem
Cada participante recebe o livro, tira algumas fotos com ele nos locais mais marcantes da sua cidade, assina-o e volta a enviá-lo no menor tempo possível. Depois é tudo publicado no blogue, em português, francês e inglês.
A Internet é, aliás, a chave de toda esta iniciativa. «Foi fundamental, se não estivéssemos ligados em rede não seria possível fazer isto. Foi através de fóruns que arranjámos os contactos por todo o mundo, fomos combinando também através de e-mails, o blogue relata tudo e o Google Earth torna visível o trajecto do livro», afirmou Frederico Jácome.
«Mensagem de esperança e força»
O livro «A volta ao mundo em 80 dias» já passou por Manchester e Liverpool, em Inglaterra, Le Havre, em França, Moerbeke-Waas e Gent, na Bélgica, Zeist, na Holanda, Tarnów, na Polónia, Haifa, em Israel, Nova Deli, na Índia, Macau, na China, Yokohama, no Japão, San Diego e Chicago, nos EUA.
Nesta segunda-feira, o dia 66 da longa viagem, a obra encontra-se a caminho da Florida, EUA, e irá ainda para o Rio de Janeiro, no Brasil, antes de regressar ao Porto. O organizador não conseguiu adiantar quantas pessoas estão envolvidas nesta iniciativa por todo o mundo, mas assegurou que são «algumas dezenas».
«A volta ao mundo em 80 dias», de Júlio Verne, tem um simbolismo ainda actual para estes fãs: «Esta viagem é sobretudo uma mensagem de esperança e de força. Mostra que quando desejamos uma coisa, podemos consegui-la».
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