O robô Curiosity da NASA, que aterrou em Marte em 2012, detetou níveis de metano no planeta pela primeira vez, esta terça-feira. Os cientistas do artigo científico sobre a medição dos níveis de metano, publicado na revista Science, admitem que este pode ser um sinal da existência de vida em Marte.
As medições do Curiosity na cratera Gale sugerem que, há milhares de milhões de anos atrás, existia água ali. A NASA informou, em 2013, que a cratera continha restos de um antigo lago de água doce, onde pode ter existido um ambiente hospitaleiro para a vida. Este ano, o Curiosity realizou quatro medições em dois meses e verificou um súbito aumento nos níveis de metano, que depois se dissiparam com a mesma rapidez.
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O autor principal do artigo científico, Chris Webster, explica que como a maior parte do metano que existe na Terra é produzido por fontes biológicas, «a esperança tem sido que 'metano em Marte' pudesse ser transformado em 'vida em Marte’».
«Mas ainda não podemos distinguir se os níveis altos de metano que estamos a ver serão produzidos geoquimicamente ou biologicamente», explicou Webster à revista Scientific American, acrescentando que o robô agora tem que testar a possibilidade de vida.
A missão da Agência Espacial Europeia, ExoMars, também poderá fornecer pistas extras. Em 2019 vai pousar um robô em Marte, equipado com uma broca de dois metros e equipamento extra para investigar sinais de vida, embora o robô europeu possa ser incapaz de chegar ao mesmo lugar no planeta onde o Curiosity chegou.
Outra descoberta do Curiosity foi a existência de água marciana, «escondida» dentro da rocha e que esta tem muito mais deutério (um isótopo do hidrogénio) do que hidrogénio, o oposto do que acontece na Terra. Os resultados possibilitaram perceber que Marte perdeu toda a água líquida antes mesmo de se formar a rocha que agora se encontra à superfície.
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